A Metro do Porto recebeu esta quarta-feira uma notícia há muito esperada: o visto do Tribunal de Contas (TdC) aos contratos das empreitadas da Linha Rosa e do prolongamento da Linha Amarela. Com esta homologação, as obras estão prontas a arrancar.
Para Tiago Braga, presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, este “é um dia de alegria e de festa – é o arranque da mobilidade do futuro na Área Metropolitana”. “Esperávamos ansiosamente por este dia, para poder ir para o terreno, para arrancar com as obras. Já estamos a arregaçar as mangas! O nosso trabalho começa já”, afirmou.
De acordo com a empresa, as obras arrancarão a “muito curto prazo”, com os primeiros trabalhos no terreno, quer no Porto quer em Gaia, “a realizarem-se ainda este mês”.
Se assim for, e caso não haja imprevistos no decurso dos trabalhos, as duas linhas ficarão concluídas em 2023. A Linha Amarela, em Vila Nova de Gaia, em março e a Linha Rosa, no Porto, em setembro.
As adjudicações das empreitadas representam um valor global de 288 milhões de euros, dos quais 189 milhões se destinam à Linha Rosa e 98,9 milhões para a Linha Amarela.
“O investimento global nos dois projetos ronda os 407 milhões de euros – incluindo expropriações, projetos, fiscalização, equipamento e sistemas de apoio à exploração -, sendo o financiamento assegurado pelo Fundo Ambiental e por fundos Europeus no âmbito do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), em ambos os casos geridos a partir do Ministério do Ambiente e da Ação Climática”, refere a empresa, em comunicado.
Em causa está o alargamento da rede do Metro do Porto em mais seis quilómetros, metade dos quais em túnel, e sete novas estações. “As novas linhas darão origem, de acordo com os estudos de procura que ditaram estas opções de expansão, à conquista de 10 milhões de clientes anuais”.
Com este crescimento, a Metro vai “reforçar a ligação aos hospitais, unindo os principais polos do Serviço Nacional de Saúde no centro da Área Metropolitana,” passando a chegar ao Hospital de Santo António e ao Centro Materno-Infantil, no Porto, e ao Hospital Santos Silva, em Vila Nova de Gaia.
Além disso, a empresa aumentará ainda “a cobertura junto de instituições de ensino básico, secundário e superior”. Entre os destinos das novas linhas estão a Escola Soares dos Reis, em Gaia, e a Escola Gomes Teixeira, no Porto. Junta-se ainda “o Polo Universitário do Campo Alegre, com as Faculdades de Letras, de Arquitetura e de Ciências a menos de 10 minutos a pé da futura Estação da Galiza, na Linha Rosa”.
A Linha Rosa será, assim, formada por quatro estações e cerca de três quilómetros de via, ligando S. Bento/Praça da Liberdade à Casa da Música, servindo o Hospital de Santo António, o Pavilhão Rosa Mota, o Centro Materno-Infantil, a Praça de Galiza e as faculdades do polo do Campo Alegre.
Por sua vez, a Linha Amarela, também com um traçado de três quilómetros, vai prolongar-se de Santo Ovídio até Vila d’Este, em Gaia, alcançado “zonas de serviços como o Centro de Produção da RTP e de elevada densidade populacional, o caso da urbanização de Vila d’Este”.
Em comunicado, Tiago Braga destaca ainda “o papel decisivo do Ministério do Ambiente e da Ação Climática, que disponibilizou todas as condições para que a empresa pudesse concretizar estes dois projetos” assim como “o papel muito relevante das câmaras municipais do Porto e de Vila Nova de Gaia”. “Projetos desta envergadura só são viáveis numa lógica de grande proximidade e alinhamento estratégico com os nossos parceiros”, completou o presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto.