Os olhos dizem muito mais do que aquilo que nós podemos achar. Até há quem diga que, ao contrário das palavras, estes nunca mentem. Posto isto, não será propriamente arriscado dizer que é uma boa ideia passar pelo Eye Origin, no Largo São Domingos, no centro da cidade do Porto.
A inspiração para abrir o projeto na Invicta veio de uma outra exposição, observada em Barcelona. Segundo conta o responsável pelo espaço: “para mim, os meus olhos nunca tiveram nada de especial. Eram completamente normais, castanhos, escuros. Fiquei fascinado quando vi a montra da loja e não pensei duas vezes. Entrei com a minha mulher e o meu filho e fizemos os três uma impressão da nossa íris. É simplesmente fascinante tudo o que o nosso olho carrega — e esconde — à simples vista” (via New in Porto).
Pode parecer fácil, na medida em que é “só” preciso um olho, mas estas obras de arte requerem bastante conhecimento na área da tecnologia. Tanto é que o proprietário, da área da informática, e o filho, necessitaram de duas semanas em terras catalãs, para aprender a pôr a tecnologia necessária ao serviço da arte.
“O processo é simples. Basta o cliente vir até à loja, realizamos uma série de fotos dos seus olhos, com diferentes ângulos e com ajuda do flash, escolhemos cerca de quatro a seis fotos e enviamos para a equipa de edição para dar os toques finais — aqueles que dão o carácter artístico ao quadro —, depois o resultado final é enviado para um dos maiores centros de impressão na Alemanha, que depois fica encarregue de fazer o envio do quadro até à casa do cliente”, explica, de acordo com a mesma fonte de informação.
Desde o processo de tirar as fotografias até receber o produto final, pode-se dizer que o mesmo não é particularmente demorado. Contudo, dependerá sempre da modalidade em que pretender adquirir. Se é digital, se é físico, se é grande ou pequeno, são tudo questões que se colocam, que fazem com que o tempo varie.
Mais do que uma obra de arte, é uma forma de eternizar os entes queridos de uma forma bastante pessoal e representativa dos mesmos.“Penso que é uma forma única de eternizar a memória dos nossos familiares, mães, pais, sogros, filhos. A íris é como a impressão digital, todos temos uma diferente, nenhuma é igual e penso que essa é a parte mais bonita do processo todo, para além de descobrirmos uma beleza sem igual que não pensávamos ter”, refere o responsável (via New in Porto).
Sendo assim, nunca fez tanto sentido a questão colocada por Daniel Oliveira, no programa “Alta Definição”, da SIC: o que é que dizem os teus olhos?
Foto: Eye Origin (Facebook)
