Depois de se terem manifestado na passada segunda-feira em Lisboa, os lesados do antigo BES voltam ao protesto esta sexta-feira, no Porto.
Na passada semana, o Banco de Portugal disse ter recebido uma das três propostas finais para a compra do Novo Banco revista. O Banco de Portugal esclareceu, no entanto, que, apesar de só uma ter sido revista, “as propostas vinculativas recebidas no dia 30 de junho continuam integralmente válidas, tendo sido entretanto objeto de clarificações no âmbito das discussões havidas com cada um dos três potenciais compradores”.
Assim, mantêm-se na corrida à compra do Novo Banco três candidatos: os grupos chineses Fosun e Anbang e o grupo norte-americano Apollo.
Também na última sexta-feira, o Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa admitiu uma providência cautelar interposta pela AIEPC, que exige que o Banco de Portugal informe o comprador do Novo Banco do montante de papel comercial devido aos cerca de 2500 subscritores, que ronda os 530 milhões de euros, ou seja, que inclua esse montante como “uma imparidade” nas contas da instituição financeira.
Ao longo dos últimos meses, têm sido várias as manifestações de protesto em várias cidades do país.
O BES, tal como era conhecido, acabou a 3 de agosto de 2014, quatro dias depois de apresentar um prejuízo semestral histórico de 3,6 mil milhões de euros.
O Banco de Portugal, através de uma medida de resolução, tomou conta da instituição fundada pela família Espírito Santo e anunciou a sua separação, ficando os ativos e passivos de qualidade num ‘banco bom’, denominado Novo Banco, e os passivos e ativos tóxicos, no BES, o ‘banco mau’ (‘bad bank’), que ficou sem licença bancária.
Para garantir a capitalização do Novo Banco, a instituição recebeu uma injeção de 4.900 milhões de euros por parte do Fundo de Resolução bancário, um fundo gerido pelo Banco de Portugal e que detém 100% do capital do Novo Banco. Deste montante, 3.900 milhões resultam de um empréstimo remunerado feito pelo Estado e o restante resulta de um empréstimo, também remunerado, feito por vários bancos a operar em Portugal e de capitais do próprio Fundo de Resolução.