O Rivoli recebe, a 16 e 17 de setembro, a estreia nacional de dois espetáculos da companhia Via Katlehong, com coreografias de Amala Dianor e Marco da Silva Ferreira, mancando assim o arranque da temporada 2022/23 do Teatro Municipal do porto (TMP).
Com o objetivo de celebrar 30 anos de vida, a companhia Via Katlehong convidou o português Marco da Silva Ferreira e o franco-senegalês Amala Dianor, dois coreógrafos com identidades artísticas diferentes, “mas com uma base comum: a pantsula, uma dança ultra-energética surgida durante o período do apartheid, nos anos 50 e 60, e que depressa se tornou uma forma de protesto usada pela população”, afirma a Ágora.
A partir da pantsula, “praticada pela companhia em interseção com outros estilos, como o sapateado, o gumboot e o step, Amala Dianor criou «Emaphakathini», um «espaço intermédio», na tradução do zulu”. Neste espetáculo o profissional parte também das histórias pessoais dos bailarinos “para derrubar as barreiras existentes entre a população e a dança”.
“A minha intenção é aproveitar as personalidades e histórias individuais de cada intérprete, assim como o nosso encontro. Procurarei esses ‘entremeios’ que abrangem a dança tradicional e urbana, recorrendo, desta feita, à herança técnica das danças da África do Sul”, revela o coreógrafo, citado pela empresa municipal.
Marco da Silva Ferreira apresenta «førma Inførma», “uma poção para a identidade coletiva a partir de uma dança comum, uma memória cultural e política feita de revolta e vontade de viver”. “A minha formação enquanto bailarino e artista baseou-se inicialmente em danças de origem afro-americana (popping, new style, krump, house) e no kuduro”, recorda o coreógrafo.
Os espetáculos serão apresentados em setembro, no dia 16, às 21h30 e no dia 17, às 19h30, no Grande Auditório do Rivoli.
Foto: Pedro Sardinha
