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No mês do Magusto, conheça a história por detrás desta celebração popular

No mês do Magusto, conheça a história por detrás desta celebração popular

O Halloween já lá vai e, para muitos, já é hora de pensar no bolo rei, nas renas do Pai Natal e em toda a magia que se associa à quadra natalícia. No entanto, antes disso, ainda há motivos para celebrar. Isto porque vem aí o Magusto e, por todo o país, poucos são aqueles que conseguem dizer não a um bonito cone de jornal recheado de castanhas quentinhas.

No entanto, vamos à génese da questão. Porque é que festejamos o Magusto? Ou o Dia de São Martinho? Aliás, qual é a grande diferença entre as duas coisas? Ora bem, na tentativa de dar uma resposta para os mais desatentos, o melhor é mesmo ficarem por aqui, para entender o passado histórico desta celebração.

O Magusto é uma festa que celebra a colheita das castanhas e é geralmente comemorado no dia 11 de novembro, que coincide com o Dia de São Martinho, daí nos referirmos à mesma data com nomes diferentes, por vezes.

A tradição do Magusto remonta a tempos antigos e envolve a preparação e consumo de castanhas assadas, geralmente acompanhadas de água-pé, vinho novo ou jeropiga (uma bebida alcoólica doce).

A lenda mais comum associada ao Magusto envolve São Martinho, um soldado romano que partilhou a sua capa com um mendigo, num dia de inverno frio. Quando São Martinho cortou metade da sua capa e a deu ao mendigo, o tempo melhorou, o sol brilhou e as temperaturas subiram, proporcionando um dia quente e agradável.

Imagem de um fresco na igreja de São Martinho em Unteressendorf, Alemanha (via Tempo.pt)

Por isso, o Magusto é muitas vezes marcado por um período de tempo ameno, conhecido como “Verão de São Martinho”. É um momento em que as famílias e amigos se reúnem em torno de fogueiras ao ar livre, assando castanhas e celebrando a generosidade de São Martinho.

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Em cidades grandes, como o Porto, é frequente ver-se vendedores de castanhas nas ruas nesse período, no entanto há terras em Portugal que têm tradições de Dia de São Martinho, que provavelmente desconhecia. Posto isto, vamos dar um saltinho, por breves instantes, do Porto até à Guarda.

No distrito em questão, mais concretamente na Aldeia de Viçosa, existe uma tradição de Magusto que acontece um dia depois… do Natal! Precisamente no dia 26 de dezembro e chama-se “Magusto da Velha”, velha essa muito rica, que no século XVII deixou uma enorme herança à Igreja da Vila do Porco e exigiu que, todos os anos, se fizesse um magusto, com rezas em sua própria homenagem.

“Assim, são atirados cerca de 150 quilos de castanhas do cimo do campanário da igreja, enquanto os sinos tocam sem parar. Para além de rezar pela alma da velha, a população presente preocupa-se em encher os bolsos de castanhas que são depois assadas nas brasas do Madeiro do Natal que normalmente ainda aquece quem assiste. A acompanhar, é distribuído vinho tinto que também serve para brindar à velha” (via Escapadela Rural).

Assim sendo, e na antecâmara daquela que é, para muitos, a quadra mais aguardada no ano (Natal), ainda há tempo para celebrar a amizade e a família, ao calor de uma fogueira, pulverizados pelo aroma a castanhas assadas. Desta forma, a questão que se coloca é: vai um brinde e um conezinho de castanhas?

Foto: Ylanite Koppens / Pexels

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