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Navio-escola Sagres está a ser equipado para estudar eletricidade atmosférica e alterações climáticas

Navio-escola Sagres está a ser equipado para estudar eletricidade atmosférica e alterações climáticas

O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e a Marinha Portuguesa estão a transformar o navio-escola NRP Sagres “num verdadeiro laboratório científico”, que permitirá “um estudo pioneiro da eletricidade atmosférica no ambiente marinho e dos efeitos das alterações climáticas”, anunciou o departamento de comunicação do INESC TEC na terça-feira.

Os objetivos, explica o comunicado enviado à VIVA!, são, por um lado, aumentar o conhecimento sobre o clima através do estudo dos efeitos das alterações climáticas no circuito elétrico do planeta, permitindo assim uma melhor previsão da evolução do clima, e por outro, avaliar a saúde do oceano, que tem um impacto significativo ao nível global em setores como as pescas, atividades marinhas ou até mesmo a energia, através da recolha de amostras biológicas (peixes) para análise posterior em laboratório.

Esta nova valência do navio está a ser realizada no âmbito do projeto SAIL (Space-Atmosphere-Ocean Interactions in the marine boundary Layer), que pretende “estudar a interação entre o espaço e o planeta Terra, à escala global, através da medição do campo elétrico atmosférico sobre o mar”.

Os dados serão recolhidos durante a viagem, que se inicia a 5 de janeiro no âmbito das comemorações do V Centenário da Circum-Navegação de Fernão Magalhães e durará mais de um ano (371 dias), os investigadores farão a mediação do campo elétrico atmosférico, cerca de 100 anos depois das primeiras medições efetuadas a bordo do navio de investigação “Carnegie”.

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“Os dados recolhidos no início do século XX permitiram a descoberta da origem global do campo elétrico atmosférico e a sua relação com as tempestades e descargas elétricas no planeta, mas não consideram as alterações climáticas recentes e, em particular, a concentração de aerossóis que hoje influencia significativamente a condutividade atmosférica. Queremos com este projeto fornecer medições do campo elétrico atmosférico no século XXI, atualizar aquela que ficou conhecida por curva Carnegie e compreender o efeito das alterações climáticas nas propriedades elétricas da atmosfera”, sublinha Susana Barbosa, investigadora do Centro de Sistemas de Informação e de Computação Gráfica do INESC TEC.

“A realização de diversas experiências científicas  no decurso desta viagem de circum-navegação pretendem render uma merecida homenagem à primeira circum-navegação que valorizou e só foi possível, graças ao conhecimento cientifico, em especial da astronomia e náutica, do final do seculo XV e inicio do século XVI”, referiu o capitão-de-fragata Maurício Camilo, comandante do navio-escola NRP Sagres.

De referir que a equipa deste projeto multidisciplinar é constituída por especialistas em robótica, engenharia oceanográfica, monitorização geofísica, gestão de informação, fotónica e biologia marinha.

Além do INESC TEC, líder do projeto SAIL, que terá a duração de três anos, integram também este projeto a Marinha/MDN (CINAV), o AIR Centre (Atlantic International Research Centre), o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), a Universidade do Minho, a Universidade de Reading, Universidade Federal do Paraná e INESC P&D Brasil.

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