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Movimento Punk em debate na U.Porto esta quinta-feira

Movimento Punk em debate na U.Porto esta quinta-feira

Em declarações à Lusa, a responsável explicou que “o Punk é a afirmação do ser diferente, do rebelde face ao sistema, face aos pais e à sociedade, e isso é uma atitude e, sobretudo, uma forma de estar que, para muitas pessoas, apesar de já não se vestirem da mesma maneira, continuam metidas nos princípios do movimento, quer através do seu empreendedorismo, forma de estar na vida e atitudes”. Utilizado por algumas “bandas de garagem” no início dos anos 1970, o termo “Punk” acabou por dar origem a um movimento de contra cultura nos Estados Unidos e no Reino Unido que vai para além da música, transformando-se num dos fenómenos mais revolucionários da cultura ocidental das últimas décadas. Com o projeto apresentado esta semana, a socióloga pretende, assim, “olhar para o Punk em Portugal desde o ponto de vista sociológico e não musical”, de modo a desvendar os modos de vida e a cultura associados ao movimento “porque a questão do Punk em Portugal tem similitudes com o que se passa ao nível dos Estados Unidos ou do Reino Unido mas tem especificidades, nomeadamente dadas as questões ligadas às regiões: a questão do Porto e de Lisboa e a questão da Revolução do 25 de Abril”.
A investigação de Paula Guerra atribui o início do movimento em Portugal ao aparecimento dos “Faíscas”, em Lisboa, e que deram origem à banda “Corpo Diplomático” e pouco depois aos “Heróis do Mar”. “A questão da origem social dos intervenientes no início é relevante. Eram de uma classe social mais elevada do que propriamente eram em Inglaterra ou nos Estados Unidos”, realçou a socióloga, que detetou cerca de 600 bandas Punk desde os anos 1970. “Estamos a analisar as letras. Temos 400 canções, já estão analisadas 300 e mesmo as próprias temáticas acabam por ter uma referência a Portugal e reivindicações sociais, políticas, económicas e mesmo culturais, muito específicas do nosso país”, sublinhou. Para além da análise das bandas e das músicas portuguesas, o estudo refelete também sobre a questão do envelhecimento e a forma como os princípios e as referências do movimento face à sociedade são mantidos ao longo da vida, apesar da roupa. “Como é que se envelhece pertencendo a um movimento? Já foi feito um estudo em Inglaterra para o “aging” (envelhecimento) dos góticos (movimento de sub-cultura britânico post-Punk) e agora estamos a fazer em Portugal sobre o “aging” dos punks portugueses. Vamos avaliar como é que uma pessoa permanece punk sem estar condicionado pela idade, roupa e as trajetórias de vida que permitem ao mesmo indivíduo ser punk de várias maneiras e manter referências e gostos desde a juventude”, informou a investigadora.

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