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Movimento cívico “Revolucionar para Flexibilizar”

Movimento cívico “Revolucionar para Flexibilizar”
O primeiro passo do projeto foi dado por Carla Rodrigues, que procurava conjugar uma carreira de diretora de publicidade com a possibilidade de ser mãe “mais do que um par de horas por dia”. A insatisfação da criadora do movimento acabou por ganhar força no momento em que outras mães se expressaram em relação à falta de adequação do mercado de trabalho à vida familiar.

mov_civ1“O movimento estava a preparar-se no blogue ‘A Mãe que capotou’ há algum tempo. Nasceu de um projeto umbiguista onde, tendo em conta a atual situação do mercado de trabalho, eu tentava começar a conjugar a minha carreira, entretanto interrompida, de diretora de publicidade, e a minha vontade de acompanhar de perto a vida dos meus filhos – na altura pensei que um part-time seria o ideal”, explicou Carla Rodrigues à Viva.

O “Revolucionar para Flexibilizar” começou, então, a desenhar-se, através de uma opinião expressada na blogosfera. “Percebi que eu não era a única a pensar que o mercado de trabalho não tem em conta a realidade que o rodeia. A forte adesão ao apelo que fiz no blogue no dia 28 de abril confirmou que ninguém anda a viver bem esta falta de conciliação entre o trabalho e a família”, constatou Carla Rodrigues, que interrompeu a sua carreira há quatro anos para educar os dois filhos. Em alguns dos comentários à publicação, foi sugerida a fundação de um movimento cívico. Estava criado o “Revolucionar para Flexibilizar”.

A mudança de mentalidades

Acima de tudo, o grupo de pais e mães pretende funcionar como um “movimento de esclarecimento, informação, apoio e luta a favor de um mercado de trabalho que, em vez de penalizar, promova a maternidade cumprindo integralmente a legislação já existente”. O “Revolucionar para Flexibilizar” considera, assim, que a família está na base de uma “sociedade saudável”, pelo que um trabalhador motivado conseguirá ser “mais produtivo”, nomeadamente por ver as suas necessidades familiares respeitadas.

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mov_civ2De acordo com Carla Rodrigues, as linhas de atuação do projeto passam por uma sensibilização a três níveis. “Visamos, por um lado, a mudança de mentalidade das mulheres e dos homens, que devem assumir os dois papéis essenciais de trabalhadores e de mães e pais; dos que gerem as empresas, que devem reconhecer que a produtividade do trabalhador é proporcional à sua satisfação e do Estado, que deverá reconhecer os benefícios da conciliação entre família e trabalho”, sintetizou.

“Por outro lado, visamos a proteção de políticas de conciliação entre a família e o trabalho, através da criação de medidas jurídicas”, acrescentou, revelando que, para isso, o movimento está a contactar organizações e empresas que já tenham uma cultura e organização conciliante entre a família e o trabalho e estejam a lucrar com isso, e todos os partidos políticos. “Contamos organizar debates entre as várias partes implicadas e criar eventos públicos”, contou a responsável do movimento à Viva.

As propostas de flexibilização

Para a implementação de políticas de conciliação entre o trabalho e a família, o “Revolucionar para Flexibilizar” pretende lutar pela possibilidade de trabalhar em casa, pela coordenação do tempo de trabalho com as férias escolares, implementação de um verdadeiro mercado de trabalho em tempo parcial, horários flexíveis ou reduzidos, semanas de trabalho comprimidas, flexibilização de benefícios sociais e facilitação do regresso no mercado de trabalho.

A revolução das mães e dos pais, que também não pretendem abdicar dos seus percursos profissionais, encontrou inspiração em “países mais produtivos e com legislação laboral e de proteção à maternidade mais avançada”, dos quais são exemplo a Noruega, Dinamarca e Suécia.

Mariana Albuquerque

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