Este mês chega a casa dos habitantes de Vila Nova de Gaia uma “fatura social” referente ao “valor dos apoios atribuídos pela autarquia” durante 2022. A iniciativa repetir-se-á todos os anos, com o valor dos apoios atribuídos no ano anterior, com o objetivo de consciencializar os munícipes do “impacto orçamental” que as medidas de apoio aplicadas têm no seu dia a dia.
“Os munícipes vão receber uma fatura social, que vai passar a ser periódica, uma vez por ano, com o balanço das medidas que o município aplicou no concelho e que lhe imputa diretamente no orçamento”, informou Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Gaia, na cerimónia de apresentação do projeto do parque ambiental e selagem do Aterro de Sermonde, segundo a notícia avançada pelo Porto Canal.
“Os pais do João vão receber uma fatura em casa com aquilo que o João custou na escola. Simultaneamente, se os pais do João beneficiaram do apoio ao arrendamento, vai constar também este valor. Tudo quantificado e somado e no fim daquilo, têm zero a pagar”, exemplificou.
Para o autarca, as medidas e apoios atribuídos são vistos por quem os recebe como um “dado adquirido”, por vezes não tendo a “noção real do seu impacto financeiro”.
“Nós só valorizamos aquilo que vemos e sentimos e está rotinizado que se pode ir a um centro de saúde e não se pagar, que se pode ir à escola comer o lanche, o pequeno-almoço e não se paga (…) e se tem uma refeição que custa 4,5 euros e a criança paga no máximo 1,25 euros. Nós precisamos de fazer entender que tudo isto é possível não por nenhum critério voluntarista, mas porque é a aplicação dos impostos das pessoas”, reitera.
Segundo refere ainda Eduardo Vítor Rodrigues, o objetivo da consciencialização não é atribuir “custos a ninguém”, mas sim “simbolicamente demonstrar o impacto que as decisões do município têm nas pessoas, e o impacto que as pessoas também têm nas decisões do município”.