Ministério da Saúde desmente intenção de «cadastrar» pais fumadores

O Ministério da Saúde garantiu, em nota enviada à imprensa, que não tenciona cadastrar os pais fumadores.

O Jornal Expresso noticiou, na sua edição de sábado, a intenção do ministério avançar, já a partir do próximo ano, com o registo dos hábitos tabágicos dos pais no Serviço Nacional de Saúde. A ideia é defendida por especialistas em saúde pública, mas o ministro Paulo Macedo negou estar a ponderar esse registo. Segundo a edição do Expresso, já no próximo ano, quem se deslocar a uma urgência hospitalar porque o seu filho está com dificuldade em respirar ou tem uma otite, poderá ter de responder a um questionário no qual terá de dizer se fuma em casa, no carro ou quantos cigarros. O objetivo, refere o jornal, é que os seus hábitos tabágicos passem a constar da história clínica da família nos registos do SNS e no boletim da criança. Trata-se de um cadastro para pais fumadores que o Governo quer introduzir da nova lei do tabaco. Fernando Leal da Costa, secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, explica que «a ideia não é a de culpabilizar mas ajudar a prevenir maiores danos». Um dos promotores desta ideia, José Calheiros, especialista em medicina preventiva e membro da direção do Instituto Ricardo Jorge, acrescenta que «tem de se envolver a sociedade para mudar a norma, fazendo perguntas na Urgência e nas consultas, para que não se percam oportunidades», ao mesmo tempo que os pais fumadores são alertados para o facto de «que ao fumarem no carro expõem as crianças ao mesmo nível de fumo a que é sujeito um bombeiro durante um incêndio».