De acordo com a diretora da Ação Social da AMI, Ana Martins, “há milhares de pessoas que estão a viver num limbo, com rendas em atraso às câmaras e à banca, que ainda não foram despejadas”.
Desta forma, para a responsável, torna-se cada vez mais urgente promover uma maior coordenação da Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas Sem-Abrigo, lançada em março de 2009, com o intuito de criar condições para que ninguém tenha de permanecer na rua por falta de alternativas. “Temos medo que, com os desalojamentos que estão a surgir e o excesso de sobrelotação das casas, a situação descarrile”, confessou Ana Martins, acrescentando que uma grande percentagem dos inquilinos iria ficar na rua, uma vez que “as instituições não têm capacidade de resposta para a quantidade de pessoas que estão nesta situação”.
Também segundo Isabel Monteiro, da Cáritas de Setúbal, a situação poderá tornar-se alarmante. “Estamos numa situação aflitiva e é preciso olhar para esta realidade da precariedade da habitação e do desemprego”, notou. “Nós continuamos a trabalhar em Setúbal sem apoios nenhuns, sem uma orientação central”, lamentou, defendendo que a estratégia “é algo que politicamente não está a merecer o interesse necessário”.
Quarta-feira 13 Março, 2013
