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MEXE 2013

MEXE 2013
A Arte e a Comunidade de mãos dadas pelo Porto

Promete «chegar aos lugares mais visíveis e invisíveis da cidade» através de uma ação concertada entre os diversos estilos de arte e as diferentes comunidades. O Porto está prestes a dar as boas-vindas à segunda edição do MEXE – Encontro de Arte e Comunidade, que decorrerá entre os dias 18 e 24 de novembro, com a assinatura da associação PELE – Espaço de Contacto Social e Cultural. Este ano, estão programadas 47 ações (entre teatro, dança, música, oficinas, conversas, vídeos e exposições) em 17 espaços públicos da cidade. E há novidades em relação ao evento anterior.

«O MEXE_II ganha em representatividade, dimensão e qualidade, o que se traduz numa força mais intensa e coerente. Relativamente à 1.ª edição, em 2011, a PELE decidiu abrir uma convocatória à qual concorreram projetos nacionais e internacionais, recorrendo às mais diversas linguagens artísticas», explicou à Viva Hugo Cruz, da referida entidade organizadora do encontro. Em resultado, a programação acaba por conter propostas originárias de 12 cidades lusas e de sete países, números que, para os responsáveis do MEXE, acabam por lhe conferir o estatuto de «grande festa da arte e comunidade em Portugal». Entre os vários palcos da iniciativa encontram-se, por exemplo, a Fábrica da Rua da Alegria, a ESMAE (Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo), as estações de metro da Trindade, S. Bento e Bolhão, as estações da CP de Campanhã e S. Bento e ainda o Lagarteiro e a freguesia de Lordelo do Ouro.

mexe2013_1«Das comunidades para as comunidades» com entrada gratuita
De referir também que as atividades do MEXE são gratuitas, à exceção dos workshops e oficinas, aspeto que, sublinhou Hugo Cruz, «representa uma tomada de posição clara relativamente ao direito à fruição cultural e que se torna ainda mais relevante quando falamos de projetos construídos pelas comunidades para as comunidades». Aliás, acrescentou o responsável, as entradas gratuitas só são possíveis devido a «um grande esforço, tendo em conta que o MEXE é financiado pelo Estado apenas em 23%». Desta forma, reconheceu o elemento da organização, o encontro só “tem pernas para andar” devido à sua «forte componente de voluntariado e participação cívica».

A abertura oficial da iniciativa está marcada para o dia 18 de novembro, às 14h30, no café concerto da ESMAE. Na mesma tarde, pelas 16:00 horas, será inaugurada, na estação de metro de S. Bento, uma exposição de fotografia da autoria do fotojornalista Paulo Pimenta. E às 17h30, a estação de metro da Trindade receberá o trabalho fotográfico “À Flor da Pele”, de Alexandre Sampaio, acolhendo ainda o espetáculo de dança inclusiva “A_JU_DANÇA”, do Vigorosa Sport Clube. O primeiro dia do MEXE não terminará sem a apresentação, na Fábrica da Rua da Alegria, às 19h00, da peça de teatro “M.E.T.”, do NTO-Braga e da Tartaruga Falante, que visa levar à discussão o tema do empreendedorismo, da crise e da perda de direitos sociais. A fechar a noite, no mesmo palco, às 21h30, os artistas da FIAR apresentam “Os Henriques”.

mexe2013_2Falar sobre «identidades e urgências» através da arte
Despertar a reflexão, o diálogo e a partilha é um dos objetivos assumidos pelo encontro promovido pela PELE. Com uma agenda «mais diversa» e rica em projetos artístico-comunitários de todo o país, o MEXE 2013 pretende colocar ao público «uma questão fundamental». «Por que razão, durante uma semana, 600 pessoas se organizam voluntariamente para apresentar espetáculos? Esta é uma questão central desta edição», sustentou o responsável, fornecendo a própria resposta: «provavelmente porque existe algo para dizer e porque a arte potencia outras formas para falarmos das nossas urgências e identidades». Outras mais-valias são – acrescentou – as «diferentes linguagens artísticas, a qualidade dos projetos, a possibilidade de momentos mais reflexivos nas conversas e a discussão sobre os processos de construção deste tipo de projetos nos vídeos documentais».

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E é exatamente com uma mostra de vídeos que se vai dar início, também na Fábrica da Rua da Alegria, entre as 16 e as 17h30, ao segundo dia do evento. Entretanto, pelas 16h30, a estação de metro de S. Bento receberá o concerto “Diferente ou Igual”, da Orquestrinha da CERCI Feira. Mais tarde, às 19h, o AGE-Grupo de Teatro Oprimido e o NTO-Porto apresentam, uma vez mais na Fábrica da Rua da Alegria, a peça “O Quê?”, num dia que termina com a exibição de “A Menina Dança – Viagem ao Centro de Ontem”, pela Oficina de Teatro do Projeto Idade Maior da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, no Café Concerto da ESMAE, às 21h30.

mexe2013_4As atividades agendadas para quarta-feira, dia 20, decorrerão inteiramente na Fábrica da Rua da Alegria, com uma Mostra de Vídeos, entre as 16h e as 17h30, um momento de Teatro Fórum, às 19h, protagonizado pelo Grupo F21, com “A Carta”, onde «se partilham sonhos», e ainda com a peça de teatro “ Marcos Poéticos”, do Coletivo Meia Dúzia de Oito, às 21h30. No dia seguinte, pelas 18h, a Companhia de Atores invadirá a estação de metro da Trindade para uma performance de dança e, uma hora mais tarde, haverá a exibição do vídeo “Inesquecível Emília”, da PELE, na Fábrica da Rua da Alegria. De destacar ainda a atuação do Ballet Contemporâneo do Norte e do Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo que, em conjunto, apresentarão a peça “Construção”, no CACE_Cultural, às 21h30.

A não esquecer ainda o espetáculo “Peregrinações_Revisitado” que o Grupo de Teatro Comunitário da Vitória e a PELE vão dinamizar no mesmo local, a 22, pelas 21h30, e a conversa “Arte e Comunidade: que relações”, no dia seguinte, às 18h, no CACE_Cultural. As oficinas, essas, são dirigidas ao público em geral, «seguindo a lógica de que todos fazemos parte de uma comunidade e construímos essa mesma comunidade, podendo assim aceder sem restrições a estas propostas de formação».

mexe2013_3A força do coletivo
Depois de um primeiro evento «rico e construtivo», durante o qual a PELE teve oportunidade de mostrar à cidade o seu trabalho e o dos grupos comunitários portuenses, a edição deste ano surge, segundo os organizadores, com uma dose de responsabilidade acrescida. «Em 2013, sentimos que o trabalho da PELE é já bastante conhecido na cidade e o MEXE ganha, por isso, esta dimensão nacional e internacional, tentando contribuir para um encontro e uma partilha genuína de experiências neste âmbito», realçou Hugo Cruz. De resto, a organização só espera que o público «se identifique com a proposta» e que, mais do assistir, queira «participar ativamente no encontro», deixando-se «surpreender e inspirar pela força que o coletivo tem».

Texto: Mariana Albuquerque

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