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“Mente – À sexta-feira”

“Mente – À sexta-feira”
“Será um ciclo de seminários abertos, de duas horas, durante os quais apresentarei algumas das mais atuais descobertas de neurociência e neurobiologia”, adiantou Daniel Serrão, em declarações à Viva, acrescentando que, depois da apresentação dos factos científicos, haverá espaço para o debate filosófico e até espiritual dos vários temas. “Será uma viagem entre a neurobiologia e a realidade das pessoas. Espero que sejam seminários conflituosos”, acrescentou, admitindo o gosto pela discussão de ideias.

mente2A revista “Scientific American Mind” como fonte de inspiração

O evento, que se vai desenrolar ao longo de sete sessões, encontrou inspiração numa revista norteamericana de divulgação científica – a “Scientific American”, que se desdobrou na “Scientific American Mind”, dedicada especificamente à psicologia e neurociência. “Percebi que [a revista] seria um bom mote para criar um evento”, destacou o médico e professor, sublinhando que o objetivo não é apenas o de fazer a comunicação dos dados científicos, como também o de os explorar e discutir.

A sessão de abertura do ciclo colocará à audiência a questão “O ‘eu’ é sináptico ou não? E se for?”. Ao longo do encontro, os especialistas pretendem revelar de que forma é que as doenças mentais podem ser controladas tendo em conta os vários caminhos disponíveis. Os seminários servirão, assim, para discutir a influência da neurociência, conhecida como a “ciência do cérebro”, na conceção clássica do trabalho mental e, em geral, da vida espiritual.

No dia 13 de abril, o assunto em debate será a “Neurobiologia do Amor”. “Algumas substâncias fazem-nos muito amorosos. Por detrás das nossas decisões estão fatores químicos”, destacou Daniel Serrão, garantindo acreditar que o assunto vá gerar controvérsia. “O meu companheiro [António Jácomo] vai logo dizer-me que não existe Neurobiologia do Amor”, garantiu, entre gargalhadas. “Mas se ele me falar da alma, eu também lhe vou dizer que ela não existe. Não se cheira, não se apalpa, não se sente, não existe”, sustentou o médico.

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Seguem-se encontros dedicados aos temas “Serpente de Damásio” e “Neurobiologia das virtudes”, agendados para os dias 4 e 18 de maio. Já a 1 de junho, os especialistas estarão concentrados no debate do “Cérebro ‘executivo’ de Goldberg”, neurofisiologista e clínico de Nova Iorque segundo o qual o cérebro humano, sendo uma estrutura complexa e multifuncional, deve ter um comando que permita coordenar as diferentes partes para se conseguir o controlo, a eficiência e a eficácia que caraterizam as ações humanas intencionais. “Essa parte do cérebro – que só o Homem tem – é que comanda todas as decisões”, explicou o organizador do ciclo de conferências. “O cérebro tem muitas áreas funcionais mas precisa de um maestro. É como uma orquestra. A partitura está escrita mas é preciso que o maestro dê as ordens”, acrescentou.

mente3Portugal entre os países com taxa de depressão mais elevada

O “Mente – À sexta-feira” surge num momento em que Portugal evidencia uma das mais elevadas taxas de depressão da Europa, sendo que um terço das pessoas com perturbações mentais graves não é tratada.

Ainda assim, Daniel Serrão considera que é importante perceber a diferença entre a chamada “depressão endógena” – sem motivo aparente – e a depressão reativa, que surge, por exemplo, na sequência da morte de um familiar ou amigo. “Nestas situações é normal ficarmos deprimidos, depois, com o tempo, aceitamos o facto e recuperamos. Isso não é ter uma depressão. As depressões reativas resolvem-se internamente”, explicou o médico.

Mariana Albuquerque

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