A curiosidade leva-nos à lenda da fundação de Roma, por Rómulo e Remo, e à necessidade de organizar os vários eventos e festividades que lá decorriam. Assim nasceu o calendário.
Graças ao conhecimento dos astrónomos da época já era possível definir o intervalo entre o solstício de verão e o solstício de inverno. “365 dias, 5 horas, 48 minutos e 47 segundos. Estava assim fixado o tempo necessário para se repetir o dia mais longo do ano”, lê-se no artigo publicado pelo Porto Canal.
Mas assim que Numa Pompilius, rei de Roma de 715 a 672 a.C., subiu ao poder, a primeira alteração foi feita. Dada a vontade de “definir o ano de acordo com os 12 ciclos lunares”, assim como o “azar” associado aos dias pares, os meses com 30 dias passaram a ter 29. No entanto, fevereiro, de nome inspirado em Fébruo, deus da morte e da purificação a quem ofereciam sacrifícios, continuava com 28 dias.
Contudo, sendo 355 dias de ciclos lunares inferiores a 365 do ciclo solar, acabaram por criar confusão “com os meses a deixarem de coincidir com as estações em vigor”.
Quando Júlio César tornou-se imperador de Roma, estudou o calendário do Egito e decidiu voltar ao calendário solar. Janeiro e fevereiro passaram para o início do ano, foram adicionados 10 dias a todos os meses “até perfazer o total de 365 dias, passando fevereiro a contar com 29”. Em forma de homenagem ao próprio, foi também adicionado um dia extra ao mês de julho, “Julius”, e, mais tarde, César Augusto adicionou um dia extra ao seu mês, agosto, “Augustus”. Dessa forma, “foi necessário retirar um dia a fevereiro, que regressaria assim aos 28 dias”.
Até aos dias de hoje, cada ano tem 365 dias, à exceção dos anos bissextos, que dão a fevereiro um dia extra, de quatro em quatro anos.