Durante o seminário dedicado à temática do marketing infantil, a docente explicou que, em termos gerais, as crianças são fãs do ato de comprar, têm boa consciência das marcas e pouca noção dos preços.
Os miúdos portugueses revelaram dar mais importância às roupas. Os americanos, por outro lado, mencionaram mais vezes os brinquedos. Para Luísa Agante, os resultados estão, de facto, ligados à “natureza” de cada uma das culturas. “Damos muita importância à roupa e ao calçado. É algo específico do sul da Europa”, constatou, explicando que, para as crianças portuguesas, “estar ‘in’ ou estar ‘out’”, tem muito a ver com aquilo que vestem e calçam.
O mesmo estudo mostrou que as mesmas crianças desenharam muitas vezes leite e iogurtes, aspeto que a professora do IPAM atribuiu às campanhas específicas de consumo de laticínios na União Europeia.
Além disso, a investigação mostrou que os miúdos do nosso país vão mais vezes às compras com os pais do que os norte-americanos, facto que Luísa Agante considerou ser um indicador de diferentes padrões de compra.
A investigadora admitiu, no entanto, que uma das fragilidades do estudo reside numa comparação de resultados tão distantes no tempo, reconhecendo que um dos seus objetivos é repetir o método nos Estados Unidos e na Ásia, de modo a poder comparar as diferentes culturas.
Publicidade na Internet irrita os adolescentes
Ainda no mesmo painel de oradores, Sara Pereira, da Universidade do Minho, analisou a atitude infantil face à publicidade televisiva, considerando que as crianças são bastante influenciadas pelos modelos publicitários. Deste modo, a investigadora considera que é fundamental apostar, cada vez mais, na educação para os media.
O 6.º Seminário de Marketing Infantil contou com a participação de mais de 15 oradores, destacando-se a presença de David Buckingham, professor do Instituto da Educação da Universidade de Londres.
Mariana Albuquerque