Concretamente, o ex-estadista não compreende o que denominou de «subserviência» do Governo perante a troika. “A chamada austeridade está a destruir o país e, em especial, tudo o que lhe cheira a Estado social, que os portugueses sentem na carne, ao mundo do trabalho e às classes médias, que estão a empobrecer aceleradamente (…) Portugal está a ser destruído pelas medidas de austeridade e os juros altíssimos que paga sem ganhar nada em troca. Aos buracos financeiros ninguém sabe o que lhes aconteceu. São um segredo de Estado”. Mário Soares salienta ainda a situação da comunicação social no país. “Estamos a perder a própria democracia. Agora os nossos jornais estão quase todos a ser vendidos a Angola. Tentaram destruir a agência Lusa”, uma “punhalada séria na liberdade de imprensa”.
E questiona retoricamente: “Para onde nos leva este desacreditado Governo? Para a miséria, para maior desigualdade social – que já é enorme – e para a sociedade da rolha, nem é preciso censura, vendendo os jornais, começam a retirar-nos o supremo bem: a liberdade”, sublinha.
