Infuenciado por vários géneros de música, desde o soul ao punk, passando pelo house, John Newman produz, compõe, mistura e executa as suas composições, tendo chegado ao número 1 no Reino Unido com o single “Love Me Again”, ao qual se seguiu “Losing Sleep”. Já com uma carreira ‘de respeito’ na cena reggae nacional, Richie Campbell também subirá ao palco do festival para mostrar, uma vez mais, o talento que o levou a conquistar países como Itália, França, Holanda, Espanha, Polónia, Áustria, Bélgica e República Checa.
Em destaque na primeira noite estarão igualmente os portugueses Blind Zero, que somam 20 anos de carreira com milhares de discos vendidos, sete álbuns editados e um DVD ao vivo gravado em Milão para a MTV. E tal como descreve a organização do Marés Vivas, “sem nostalgia e com a mesma força com que se formaram em 1994”, os músicos sobem ao palco com o conforto de quem se sente em casa, revelando uma cumplicidade “contagiante”. “Ao longo de duas décadas, são muitos os motivos de orgulho, afinal trata-se da primeira banda de rock cantado em inglês a atingir o galardão de ouro em Portugal, a receber o primeiro prémio da MTV para Best Portuguese Act e a gravar um DVD ao vivo em Milão, a vencer o concurso europeu SCYPE com o original “My House”; a percorrer as cidades do Porto, Coimbra e Lisboa em cima de um autocarro para celebrar os 13 anos de carreira e a tocar suspensos a 10 metros do chão num concerto memorável e único”, recorda.
Mas as surpresas não se esgotam aqui. A 17 de julho, o Palco Meo receberá Lenny Kravitz, Kika e Buraka Som Sistema. Considerado um dos mais importantes músicos de rock do nosso tempo, Kravitz já vendeu mais de 38 milhões de discos em todo o mundo, sendo que o seu sucesso musical já lhe abriu outras portas na área da criatividade. Com incursões pela sétima arte, apareceu no filme “Precious”, no sucesso de bilheteira “The Hunger Games” e “Catching Fire” e ainda em “The Butler”, ao lado de Forest Whitaker, Oprah Winfrey e Cuba Gooding Jr. Além disso, criou a empresa criativa Kravitz Design Inc, que fornece serviços de design, desenvolvimento do produto e branding.
Branko, Riot, Conductor, Kalaf e Blaya – os Buraka Som Sistema – vão levar a batida selvagem do Kuduro angolano a Vila Nova de Gaia, no mesmo dia em que Kika brindará os festivaleiros com a sua voz grave e segura. A portuense, que começou a dar que falar com apenas 16 anos, é gravada por RedOne, produtor de Lady Gaga e Michael Jackson. Mas agendado para sexta-feira (17) está igualmente um concerto de Miguel Araújo que, depois de vários anos de carreira ao lado dos Azeitonas, decidiu estrear-se a solo, tendo já dois discos lançados: “Cinco Dias e Meio” e “Crónicas da Cidade Grande”.
No terceiro e último dia de festival, o britânico Jamie Cullum promete “agitar as marés”, mostrando que é possível polvilhar o jazz com pop e sons contemporâneos. O trio irlandês The Script – que despertou a atenção mediática com o tema “Hall of Fame” – também estará em Portugal para uma das atuações mais aguardadas da noite. Além de ter vendido mais de 20 milhões de álbuns, o grupo venceu um Music Award, três Meteor Award e foi nomeado para os Brit Awards. A fechar o evento estarão ainda os The Black Mamba e a fadista Ana Moura.
Capicua, Jimmy P e Koa no palco Santa Casa
Na abertura do cartaz do palco dos Jogos Santa Casa – numa aposta inteiramente nacional – vai estar a rapper Ana Matos Fernandes, conhecida como Capicua, que soma dois EP’s em grupo, duas “mixtapes” em nome próprio e dois discos editados. No mesmo dia (a 16 de julho), atuará Diana Martinez & The Crib, que colaborou com os Expensive Soul e Pedro Abrunhosa, dedicando-se, agora, ao hip-hop, soul e r&b.
Na segunda noite da 13.ª edição do festival, Jimmy P, alter ego para Joel Plácido, mostrará igualmente que é possível fundir rock, rap, hip-hop, reggae e r&b. No mesmo estilo, a nova artista portuguesa KOA, que se descreve como feminista e teimosa, também tem atuação confirmada, prometendo apresentar ao público “aquilo em que realmente acredita”, espelhado no que escreve. Depois, no dia 18, o artista de hip-hop Deau vai celebrar dez anos de concertos na praia do Cabedelo (subiu pela primeira vez ao palco no antigo Hard Club, numa das Nova Gaia Hip Hop Sessions, trampolim de várias carreiras), havendo ainda tempo para os jovens Like us, vencedores de um casting organizado pelo canal Biggs.
O primeiro grande evento que se associa ao “Éduc’alcool”
Este ano, o Marés Vivas contará com uma novidade: a estreia do projeto “Éduc’alcool” em Portugal, num desafio que a autarquia gaiense decidiu aceitar. A organização sem fins lucrativos – originalmente fundada há 25 anos, no Canadá – visa apostar em programas de intervenção, educação e informação que ajudem o grande público, em especial os jovens, a tomar decisões responsáveis e esclarecidas face ao consumo de álcool. O município de Gaia aceitou associar-se à instalação da iniciativa no nosso país, acolhendo o repto lançado pela Fedapagaia (Federação das Associações de Pais de Vila Nova de Gaia), por diversas personalidades e empresas ligadas ao setor das bebidas alcoólicas.
Com o lema “A moderação é sempre de bom gosto”, o “Éduc’alcool” levará a sua vertente de prevenção ao festival, que será, assim, o primeiro grande evento a estabelecer parceria com a iniciativa. De acordo com a autarquia local, foi exatamente “o sucesso obtido pelo projeto” que fez com que, ao longo dos anos, outros países de vários continentes tenham vindo a adotá-lo.
Texto: Mariana Albuquerque | Fotos: http://maresvivas.meo.pt/
