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Manta 2014

Manta 2014
Recarregar energias ao sabor do Manta

Não pretende competir com outros festivais – esse nunca foi o seu objetivo – mas completar a oferta cultural da região, através da apresentação de um cartaz assente em propostas musicais nacionais e estrangeiras. A edição de 2014 do festival Manta já tem data marcada e, como é habitual, promete assinalar a rentrée do Centro Cultural Vila Flor (CCVF), em Guimarães, de uma forma intimista e gratuita. Agendada para os dias 5 e 6 de setembro, a iniciativa decorrerá nos jardins daquele equipamento cultural vimaranense, num enquadramento arquitetónico e cénico que a organização descreve como “único”. Este ano, mantém-se a preocupação de assegurar propostas voltadas para a arte da criação musical nos planos nacional e internacional. “Guimarães abre, assim, o palco a alguns dos mais conceituados projetos da atualidade num contexto altamente intimista, mas de grande relação social com o mundo”, avançam os organizadores.

linda_martiniLinda Martini: o “detalhe da palavra” no arranque desta edição

E logo na estreia do festival, na noite de sexta-feira, o palco do Manta receberá Linda Martini, banda portuguesa de forte identidade autoral, considerada, atualmente, uma das mais altas representantes da indústria musical do nosso país. O projeto, já bem conhecido do grande público, nasceu em 2003, pela mão de André Henriques, Cláudia Guerreiro, Hélio Morais, Pedro Geraldes e Sérgio Lemos, privilegiando uma sonoridade que junta influências do post-rock e punk. No ADN da banda está também a paixão por universos literários ricos, como o do escritor norte-americano Henry Miller, cuja famosa expressão “olhos de mongol” (que descreve a troca de olhares entre desconhecidos que, por nenhuma outra razão além do olhar, estabelecem uma empatia imediata), acabou por dar nome a um dos seus trabalhos. “Bebem ainda inspiração em grandes nomes da música portuguesa, prestando especial cuidado ao detalhe da palavra”, acrescentou a organização do evento.

A fazer lembrar, em alguns momentos, os Ornatos Violeta, banda que, aliás, é uma das suas referências, os Linda Martini já conquistaram uma legião de fãs, que não hesita em segui-los sempre que atuam, seja em festivais (como Paredes de Coura) ou em concertos mais intimistas. Depois de “Olhos de Mongol” (2006) e “Casa Ocupada” (2010), editaram, em 2013 (ano em que celebraram dez anos de vida), o seu terceiro disco de longa duração, “Turbo Lento”, pela Universal Music Portugal, trabalho que foi considerado “disco do ano” pelos leitores da Blitz. Para os dinamizadores do Manta, no próximo mês, o grupo subirá “ao palco certo, na hora certa”, tanto pela beleza do espaço de apresentação como pela fase de maturidade em que o grupo se encontra. Os organizadores do festival, criado em 2006, convidam, assim, os cidadãos a viverem esta “experiência de encontro com a cultura”, sentados, relaxadamente, e “em hipnotismo total”.

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luke_hainesLuke Haines, “o grande escritor de canções”, na segunda noite

A noite de sábado do encontro que abre a temporada do Vila Flor tem sido marcada pela atuação de grandes artistas internacionais. E este ano não será exceção, com um concerto que promete estar à altura da tão apreciada presença de Neil Hannon, na edição de 2013. “Músico de carreira estabelecida e grande escritor de canções, Luke Haines vem a Guimarães mostrar a força das suas canções e proporcionar mais um serão inesquecível na história do evento”, alertaram os promotores. O compositor inglês, que chegará à cidade-berço para um concerto único em Portugal, traz na bagagem importantes momentos da sua carreira. Em 1993, com a sua banda “The Auteurs”, lançou “New Wave”, álbum que viria a ser considerado o primeiro grande marco da vaga Britpop dos anos 1990, na sequência da qual se tornariam famosas bandas como Blur ou Oasis. Depois de apresentar mais dois discos de originais, sobre a expressão coletiva “The Auteurs”, o britânico aventurou-se noutras experiências criativas, intensificadas no momento em que decidiu iniciar uma carreira em nome próprio.

Com efeito, o universo da música não ficou indiferente à mestria de Haines, descrita nos seus livros de memórias e no documentário “Art Will Save the World”, realizado por Niall McCann. Ainda assim, tal como recorda a organização do Manta, o músico recusa que o passado se transforme na matéria central da sua memória, utilizando-o como “fonte de inspiração para gravar novas obras como é o caso manta_014_2do muito aclamado “New York in the 70’s”, publicado já este ano. O artista tem encontro marcado com o público do CCVF às 22h00. Apesar de não haver controlo de entradas nestes dias de rentrée – tendo em conta que o evento é gratuito e decorre ao ar livre – estima-se que a edição passada do festival tenha contado com “a agradável surpresa” de uma plateia com cerca de quatro mil pessoas. Ainda assim, o que parece mesmo interessar são os momentos de fruição musical proporcionados aos cidadãos, numa altura em que se recarregam energias para o novo ano de trabalho.

Texto: Mariana Albuquerque   |   Fotos: DR

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