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Mais famílias sobreendividadas pedem ajuda

Mais famílias sobreendividadas pedem ajuda

O número de famílias sobreendividadas que pedem ajuda à Deco aumentou, desde o mês de setembro, devido ao aumento do custo de vida e à subida das prestações do crédito à habitação, com as primeiras revisões da taxa Euribor.

Nos orçamentos em que o rendimento é relativamente baixo ou com uma taxa de esforço elevada, o aumento do custo de vida já está a provocar, “verdadeiras ruturas dos orçamentos familiares”, avançou a coordenadora do Gabinete de Proteção Financeira da Deco, Natália Nunes, em declarações à agência Lusa.

“Começam agora a vir as primeiras revisões em que o impacto é significativo”, afirmou Natália Nunes, frisando que é “uma grande preocupação” a atual perspetiva de a Euribor continuar a aumentar e a inflação continuar em valores elevados: “Portanto as dificuldades das famílias, infelizmente, vão manter-se por mais tempo”.

Segundo a responsável, citada pela Lusa, o motivo dos pedidos de ajuda à associação mudaram nos últimos dois anos. Em 2022 verifica-se “que as famílias têm rendimentos, mas são manifestamente insuficientes para fazer face às despesas do dia a dia, muito por causa do aumento do custo de vida”, adiantou Natália Nunes, referindo-se à subida na fatura da alimentação e da habitação, as duas grandes despesas dos orçamentos das famílias.

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Até ao mês passado, o sistema de apoio ao sobreendividado da Deco registou 20.036 pedidos de ajuda e de informação, quando em todo o ano de 2021 recebeu 30.000 pedidos e em 2019 pouco mais de 29.000 pedidos, de acordo com dados da associação.

Os dados mais recentes do Banco de Portugal, de 2021, que constam no Relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho, indicam que o número de renegociações em contratos de crédito à habitação aumentou de forma significativa, tendo sido realizadas 35.203 renegociações (mais 36,3% do que no ano anterior), envolvendo 33.639 contratos de crédito (mais 35,9%).

O ministro das Finanças anunciou, nesta segunda-feira, que o Governo apresenta em “poucas semanas” o diploma que vai estabelecer condições e modalidades de renegociação dos contratos de crédito à habitação, uma das medidas previstas para o próximo ano com o objetivo de definir formas, modalidades e condições para desenvolver e solicitar processos de negociação.

Esta medida irá possibilitar o refinanciamento, extensões de prazo ou alteração de tipo de taxa e consolidação e pode beneficiar 1,3 milhões de agregados.

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