A empresa municipal Águas e Energia do Porto acaba de ser reconhecida nas áreas de sustentabilidade e inovação, na gala de atribuição dos prémios “Tubos de Ouro”, da Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas (APDA).
De acordo com informação avançada pela autarquia local, a entidade recebeu os galardões de “Melhor ação de desenvolvimento sustentável”, pelo projeto do Parque Central da Asprela, e de “Melhor projeto de inovação tecnológica e industrial”, pelo d’ “O Poder do Digital da IA na Eficiência Hídrica”.
“O reconhecimento do setor nestas duas áreas vem reforçar e premiar o esforço das equipas envolvidas nos mesmos, bem como do trabalho diário em prol da cidade”, lê-se.
Os prémios em causa foram atribuídos durante o Encontro Nacional de Entidades Gestoras (ENEG), que decorreu no Multiusos de Gondomar, no final de novembro. O evento contou, este ano, com a “maior participação de sempre da Águas e Energia do Porto (AEdP)”, com 28 comunicações em diversas áreas, da autoria e coautoria de 50 colaboradores da empresa.
De referir que o objetivo da Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas (APDA), com a atribuição dos prémios “Tubos de Ouro”, é distinguir as melhores ações e projetos apresentados pelas entidades gestoras do setor da água e saneamento.
O projeto do Parque Central da Asprela
Inaugurado em 2022, o Parque da Asprela foi uma das grandes apostas do município do Porto no combate às alterações climáticas, representando um investimento total no valor de 1,9 milhões de euros.
Com mais de 6 hectares, a sua criação teve como objetivo principal a “mitigação da ocorrência de cheias e inundações, garantindo, deste modo, a proteção de pessoas, bens e de infraestruturas, nomeadamente a linha do Metro”. Para o efeito, com a reabilitação do leito e margens da ribeira, a autarquia reorda que “foi possível a criação de 3 bacias de retenção, capazes de acomodar 10 mil m3 de água”.
Através deste projeto, segundo reforça a Câmara Municipal, foi possível criar um espaço mais sadio sob o ponto de vista ambiental, capaz de suportar e escoar os caudais de cheia, garantindo, deste modo, as suas funções hidrológicas e biofísicas, promovendo em simultâneo as suas funções paisagísticas e socioculturais das linhas de água.
O projeto “InnoWave – O Poder do Digital e da IA na Eficiência Hídrica”
O objetivo do projeto em causa é “reduzir as perdas de água” e, simultaneamente, “desencadear uma onda inovadora de eficiência hídrica e sustentabilidade”.
“A combinação de três ferramentas digitais desenvolvidas internamente – CIL Pressure, H2Leaks e Repair Leaks ASAP – temcomo objetivo a otimização da eficiência hídrica e da melhoria de desempenho do Sistema de Abastecimento de Água, tanto ao nível da redução das perdas de água, como da melhoria das condições do serviço na rede pública”, sustenta.
Com a ferramenta CIL Pressure – Ferramenta Digital para Otimização das Pressões em cada Cliente, é possível “estimar com elevado grau de precisão as pressões de dia e de noite em cada local de consumo ou CIL (Código de Identificação do Local), enquanto que com a utilização da H2Leaks o objetivo é “alertar para a ocorrência de fugas, recorrendo a algoritmos de Inteligência Artificial (Machine Learning) e à integração, em tempo real, de dados de telemetria e telegestão”.Por sua vez, através da ferramenta Repair Leaks ASAP – Ferramenta Digital para Ataque aos “Ninhos” de Roturas, procura-se “identificar e priorizar os troços de conduta com necessidade de substituição, com base nas características das mesmas e na georreferenciação das roturas nelas ocorridas”.
“Em conjunto, as três ferramentas formam o Projeto InnoWave: com foco na busca pela eficiência, atuam ao nível da gestão das pressões, da gestão dos recursos humanos e materiais e da gestão das infraestruturas de abastecimento de água”, completa a autarquia, recordando que, em 2022, cidade do Porto atingiu o valor mais baixo de sempre no que respeita a água não faturada – 13,4%.
Foto: Miguel Nogueira (Câmara do Porto)
