
Segundo um cálculo realizado pela Câmara dos Solicitadores (CS), no mês de janeiro, mais de 100 mil pessoas tinham os seus salários penhorados. A lei permite penhorar até um terço do ordenado e, em média, os processos resolvem-se em dois anos. Ainda assim, multiplicam-se as histórias de quem nunca consegue voltar a ter as contas em ordem. “Há financiamentos que cobram juros elevadíssimos, na ordem dos 20 ou 30 por cento, e por vezes, a penhora do vencimento não cobre sequer os juros mensais, o que faz com que o executado ande toda a vida a pagar sem nunca conseguir cobrir o valor na totalidade”, referiu Carlos de Matos.
Para o responsável, a penhora de ordenados “atinge todas as classes sociais”. No entanto, é nas zonas com maior densidade populacional, como Lisboa e Porto, que se encontra a maioria dos casos.