Essa travessia na ponte sobre o Tejo e a deambulação pela cidade, ao longo de todo o dia, representam uma espécie de transição da zona de conforto para uma certa maturidade, explicou João Salaviza à agência Lusa.
«Rafa» encerra uma trilogia que se foi desenhando na cabeça de João Salaviza, sem que tivesse sido pensada, juntando-se a «Arena» e «Cerro Negro».
O filme “aborda as mesmas questões de «Arena»: Uma certa dificuldade de o indivíduo existir dentro de uma coisa mais abrangente que é a sociedade”. Em ambos há “um desejo dos protagonistas de inserção numa sociedade e foca-se no desencontro entre indivíduos e instituições”, referiu.
«Arena» conquistou em 2009 a Palma de Ouro do festival de cinema de Cannes, em França. «Cerro Negro», feito no âmbito do programa da Gulbenkian Próximo Futuro, valeu esta semana a Salaviza o prémio de melhor realizador no festival IndieLisboa. O realizador quer agora fazer uma longa-metragem, mas lamenta a falta de apoios ao cinema português.
«Rafa» terá estreia comercial em complemento ao filme «Nana», estreia da realizadora francesa Valerie Massadian, que se debruça sobre a infância, a partir da história de uma criança que é deixada sozinha em casa, numa floresta, pela mãe. Valerie Massadian recebeu um prémio de primeira obra, pelo filme, no festival de cinema de Locarno, na Suíça.
Quinta-feira 10 Maio, 2012