Apoio social aos doentes oncológicos mais carenciados, acesso às consultas de psico-oncologia para os doentes e seus familiares, apoio jurídico gratuito e criação de um centro de acolhimento de doentes são algumas das medidas que resultam do Protocolo de Colaboração entre a Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Norte (LPCC-NRN), o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) e o Centro Hospitalar Universitário do Porto (CHUP).
O cancro é atualmente tratável em grande parte dos hospitais, não apenas no Instituto Português de Oncologia (IPO), local onde a Liga desenvolve o seu trabalho. Daí a importância do protocolo assinado terça-feira, na Ordem dos Médicos – Secção Regional do Norte, no Porto, pela Liga, hospitais de São João e de Santo António.
A Liga vai assim acolher e apoiar, de forma gratuita, os doentes oncológicos e respetiva família seguidos nestas duas unidades hospitalares.
Além do apoio social prestado aos doentes, nomeadamente a ajuda económica dos mais carenciados na aquisição de medicação ou pagamentos de faturas de água, luz ou transportes, a Liga vai também facultar consultas de psico-oncologia extensíveis à família e profissionais de saúde.
Em situação de doença oncológica não é só o doente que fica instável emocionalmente, mas as pessoas que o rodeiam, daí a abrangência da consulta, explicou à Lusa Vítor Veloso, presidente da Liga.
Os doentes vão ter ainda apoio jurídico. Serão ajudados a “reclamar aquilo a que tem direito” e não permitir que esses direitos sejam “atropelados”, referiu o responsável.
Os doentes poderão frequentar o centro de acolhimento, sobretudo aqueles que fazem radioterapia em ambulatório e que não carecem de assistência médica.
As três instituições vão ainda realizar formação conjunta destinada à população e profissionais, assim como investigação que é “tão necessária” nesta área, frisou Vítor Veloso, citado pelo Notícias ao Minuto.
Este protocolo de colaboração tem como objetivo “apoiar os doentes oncológicos e famílias zelando pela satisfação das suas necessidades e por uma sobrevivência com qualidade de vida, bem como apoiando os profissionais de saúde na prossecução do seu trabalho”.
De igual modo, contribuirá para que as instituições envolvidas “se articulem e consolidem uma política centrada no apoio e monitorização ao doente oncológico, durante as diferentes fases do processo de tratamento e reintegração social”.