O presidente da união de freguesias do Centro Histórico do Porto, António Fonseca, garantiu esta quarta-feira que vai “pressionar” a autarquia para que seja rapidamente divulgada a solução para o mercado do Bolhão, de modo a acabar com a “angústia” dos comerciantes. Depois da reunião do executivo da junta, o autarca defendeu que “o Bolhão não pode ser descaracterizado, mas adaptado à nova realidade, quer em horários quer em serviços, e ter os seus frescos tradicionais às 7 ou 8 da manhã”. Fonseca apelou ainda ao entendimento entre as duas associações de comerciantes que marcaram presença no encontro. “Queremos forçar a que seja divulgado um calendário [para a intervenção no mercado do Bolhão]”, referiu, sublinhando que é “importante que o poder político avance com uma solução” rápida para o mercado, que “vai criar postos de trabalho” em áreas como o turismo e a restauração.
Alcino Sousa, da Associação de Comerciantes do Bolhão, lamentou que os trabalhadores do espaço portuense estejam a viver uma indefinição, que “tem conduzido a uma agonia lenta das condições de vida”, e defendeu a criação de estacionamento no mercado. Por sua vez, Miguel Mendonça, da Associação de Comércio Tradicional Bolha de Água, apelou à “continuidade da gestão pública do Bolhão” com a participação dos comerciantes, que devem ser reconhecidos “como inquilinos de pleno direito”. Na reunião de ontem foi ainda decidido, por proposta da Associação de Comerciantes, organizar um evento de celebração do centenário do Mercado do Bolhão, comemorado no dia 19 de julho.
De recordar que, a 22 de maio, a Câmara do Porto informou não estar ainda decidido o modelo económico-financeiro ou arquitetónico para a reabilitação do Mercado do Bolhão, contrariando então declarações do vereador do Urbanismo.
