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Jazz no Parque 2016

Jazz no Parque 2016
O jazz vai andar à solta no Parque de Serralves

A 25.ª edição do ciclo “Jazz no Parque” começa este domingo e vai prolongar-se pelos dias 10 e 17 de julho, para oferecer ao público um total de quatro concertos, todos com início marcado para as 18 horas, no complexo de ténis do Parque de Serralves.

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A festa no parque, adquirido pelo Estado em 1986 e agora aberto ao público, celebra assim as “bodas de prata” desta iniciativa que leva o estilo musical nascido nas comunidades afro-americanas de cidades norte-americanas como Nova Orleães, Nova Iorque ou Chicago ao encontro das pessoas.
O trio brasileiro composto pelo saxofonista Ivo Perelman, pelo contrabaixista Márcio Matos e pelo baterista António “Panda” Gianfratti é o primeiro a atuar, já este domingo. Este concerto será único, visto que é a primeira vez que os três músicos se juntam para tocar.
ivoOs legados de John Coltrane, Albert Ayler, John Stevens e Derek Bailey serão, certamente, aclamados neste primeiro concerto.
Ivo Perelman mudou-se para os Estados Unidos da América no início dos anos 1980, aí gravando discos que o tornaram numa das referências maiores do saxofone tenor contemporâneo; já Márcio Mattos radicou-se no Reino Unido há quarenta anos e integra um lugar de destaque na cena londrina da improvisação livre. O baterista António “Panda” Gianfratti manteve-se na cidade brasileira de São Paulo, e conquistou um estatuto de patrono da música criativa.
No domingo a seguir, no dia 10 de julho, é Nani García a atuar no Parque de Serralves. Considerado um dos pianistas de jazz mais importantes do país vizinho, Espanha, Nani García já liderou um grupo pioneiro deste género musical na Galiza.
O espanhol é também conhecido pela composição de bandas sonoras para o cinema e a para televisão, com especial ênfase em filmes de animação.
O projeto “Cinematojazzia”, associado ao seu presente trio um quarteto de cordas, vai levar o cinema aos ouvidos, “com improvisação jazzística.”
A acompanhar Nani García vão estar Simon García, no contrabaixo, Miguel Cabana, na bateria e, ainda, um quarteto de cordas constituído Eduardo Coma e Lázaro Wilman González, no violino, Raymond Arteaga, na viola e Luis Enrique Caballero, no violoncelo.
redtrioNo último domingo desta 25.ª edição do “Jazz no Parque”, dia 17 de julho, haverá jazz a dobrar, com a apresentação de dois concertos.
“Slow is Possible” é um grupo revelação do jazz português, formado por músicos da Beira Interior e que anda nos campos da música erudita. A este grupo está associado um jazz cinematográfico “que, por vezes, nos remete para a escrita de John Zorn destinada ao grande ecrã.”
“Hunting Weather” é o projeto apresentado no Parque de Serralves e é inspirado num poema de Charles Bukowski, o “The Genius of the Crowd”. Assim, a apresentação começa com o tema “Chasin’ Bukowski” e terminará com “Catchin’ Bukowski”. Fica a promessa, assim, de um jazz “sem tiques, truques ou vícios que incorpora elementos clássicos, do rock e da música exploratória, sustentado sobre uma rítmica intensa e com melodias que ficam no ouvido.”
O grupo é formado por João Clemente, entregue à guitarra elétrica, Bruno Figueira, no saxofone alto, Patrick Ferreira, no clarinete, André Pontífice, no violoncelo, Nuno Santos Dias, no piano, Ricardo Sousa, no contrabaixo, e Duarte Fonseca, na bateria.
No mesmo dia, atuará ainda “Red Trio”, um dos mais internacionalmente aclamados projetos portugueses no âmbito do jazz, que se apresenta na sua versão elétrica, substituindo os habituais piano de cauda e contrabaixo por um Fender Rhodes, um MiniMoog, eletrónica e baixo elétrico. Com este formato, o grupo de Rodrigo Pinheiro, Hernâni Faustino e Gabriel Ferrandini ganha uma dimensão mais “groovy” que o aproxima do rock.
jazzparque2À atuação do projeto nacional junta-se o guitarrista finlandês Raoul Bjorkenheim, conhecido pelo trabalho que desenvolveu com os Krakatau, gravando para a ECM, e com o Scorch Trio (Rune Grammofon), formado com Ingebrigt Haker-Flaten e Paal Nilssen-Love (agora rebatizado apenas como Scorch, com as entradas de Frank Rosaly e Mars Williams). Bjorkenheim sucede-se assim a outros convidados especiais do “Red Trio”, como John Butcher e Nate Wooley.
Nascido do blues, das “work songs” dos trabalhadores negros norte-americanos, do negro spiritual protestante, o jazz passou por uma sucessão de transformações no século passado e, atualmente, é um género musical apreciado por grande parte do Ocidente. Em Portugal é já visível a existência de escolas dedicadas ao jazz e espaços onde este género musical é o som que se ouve.
Os bilhetes para cada sessão do Jazz no Parque custam 10 euros.

Texto: Raquel Andrade Bastos

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