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Jafumega no “Dar Letra à Música”

Jafumega no

“A culpa é do jazz”

Esta quinta-feira, dia 19 de abril, realizou-se mais um “Dar Letra à Música” com os Jafumega. Uma noite bem disposta, com muitas histórias, curiosidades e, como não poderia deixar de ser, boa música.

Foi efetivamente um projeto de curta duração, mas que deixou grandes marcas na música portuguesa. Os Jafumega, nascidos em finais da década de 70, deixaram uma impressão forte na cultura nacional. Quem diria que dos Mini Pop (projeto de 69) nasceriam os meninos da inconfundível canção “Ribeira”, que nos deleitamos a ouvir no Museu FC Porto?

 

“Sinto-me bem a cantar nos agudos”, explicou Luís Portugal, que ao cantar apresenta uma voz ainda muito familiar. “É um gosto enorme estar com estes grandes grandes instrumentistas”, disse.

“Mais importante do que sermos instrumentistas era o que sabiamos de música naquela altura”, disse José Nogueira. Isto porque na altura as bandas típicas de pop/rock tinham poucos conhecimentos musicais, o que de certa forma ajudou a conquistar terreno pelos Jafumega.

O que os influenciava? Muita coisa. Desde R&B e jazz rock. Havia toda uma “bagagem”.

“Eramos muito esclarecidos enquanto músicos”, disse Mário Barreiros. A forma como se apresentavam na indumentária também era um caso à parte, um oposto aos Heróis do Mar. “A culpa é do jazz”, referiram, com a natural boa disposição.

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Chegaram a lançar um disco em inglês mas foi com o boom do rock que se deu o tiro certeiro com “Ribeira”. “Eramos outsiders”, disseram.

jafumega6Naquela altura (início dos anos 80) não havia facilidade de circuito de auditórios, não havia, também, o culto dos festivais. Naquela altura, acrescentou o grupo, as pessoas eram “muito recetivas, aguardavam qualidade nacional”.

O álbum “Ar de Rock”, de Rui Veloso, mostrou que “era possível cantar rock em português, e ter sucesso com isso”.

Os Jafumega passaram por Vilar de Mouros, fazendo a primeira parte dos U2. “Como ultrapassamos o tempo limite, apareceram os roadies da banda irlandesa para tirar os instrumentos”, recordaram, entre risos.

“Hoje em dia produz-se massificado”

Para os Jafumega, hoje a “música ligeira é mais mediática, ao contrário do que acontecia nos anos 80″. O Marco Paulo não aparecia na tv, não existindo também um equilíbrio, pois sempre havia um público para ele”.

O que acontece é que “a música de qualidade não aparece nas tv´s”, há nichos marginais, o que, naturalmente, dificulta”.

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