Investigadores da FCUP, em colaboração com outras instituições, estão empenhados no desenvolvimento de um fármaco revolucionário para o tratamento da doença de Parkinson. Este novo composto promete ser mais eficaz e menos propenso a efeitos secundários do que os tratamentos atualmente disponíveis.
A doença de Parkinson é caracterizada pela deterioração dos neurônios produtores de dopamina, um neurotransmissor crucial para funções cerebrais como memória e controle motor. Os medicamentos existentes visam aumentar os níveis de dopamina no cérebro, mas ao longo do tempo, tornam-se menos eficazes e podem até agravar os sintomas da doença.
Para contornar este problema, os cientistas estão a explorar a modulação dos recetores de dopamina, utilizando análogos de um neuropéptido chamado melanostatina. Este composto, descoberto na década de 1970, mostrou atividade anti-Parkinson em ensaios clínicos.
Segundo o Porto Canal, o objetivo é otimizar a melanostatina para torná-la mais estável e facilmente absorvível pelo organismo. Alterações estruturais têm sido feitas nos aminoácidos que compõem este neuropéptido, levando a resultados promissores em testes laboratoriais, onde se demonstrou maior eficácia e ausência de toxicidade para as células neuronais.
Esta nova abordagem promete reduzir significativamente os efeitos secundários, uma vez que a melanostatina só é ativa na presença de dopamina. Os investigadores planeiam agora realizar testes em modelos animais para avaliar o potencial terapêutico desta solução.
O projeto DynaPro, financiado pela FCT, lidera esta investigação, que conta com a colaboração de várias instituições de renome internacional. Com resultados promissores em mãos, os investigadores planeiam solicitar uma patente para esta inovadora terapia.