Investigadores do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e do Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil (IPO-Porto) são responsáveis pela identificação de biomarcadores em plasma que podem permitir o diagnóstico precoce de cancro renal.
Mais concretamente, José Pedro Sequeira, estudante, Cármen Jerónimo, docente e investigadora, ambos do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto, e Rui Henrique, investigador do Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil (IPO-Porto), são os principais responsáveis pela descoberta.
A descoberta aumenta, significativamente, as probabilidades de os doentes receberem um tratamento curativo no tempo adequado. O cancro renal é um dos 20 cancros mais comuns e dos mais letais, uma vez que entre 20% a 30% dos doentes já apresentam metástases no momento do diagnóstico.
Os investigadores desenvolveram as pesquisas e testes pelo um período de dois anos, envolvendo 124 amostras de doentes com carcinoma de células renais, o que permitiu a identificação de tumores em estádio localizado (confinado ao órgão) com uma sensibilidade de quase 90%, o que poderia reduzir os falsos negativos, permitindo avançar com um tratamento (cirurgia) de índole curativa. Foi possível, também, identificar os doentes com o subtipo de carcinoma renal mais comum e um dos mais agressivos, o “carcinoma de células claras”, nos quais uma deteção precoce é de grande importância.
“Os resultados obtidos têm um grande potencial para serem aplicados na clínica”, acrescentando, ao portal Notícias U.Porto, que “agora será necessário completar o estudo com mais amostras, com a sua realização em vários centros hospitalares e com populações diferentes para, posteriormente, se poder avançar com a utilização desta técnica para deteção precoce da doença”, revela José Pedro Sequeira, o primeiro autor do trabalho e mestre em Oncologia pelo ICBAS.
Cármen Jerónimo, docente do ICBAS, diretora do Centro de Investigação do IPO-Porto, partilha a mesma opinião de José Sequeira, revelando que “este é um estudo de translação, que poderá permitir a deteção de tumores renais numa fase muito inicial de desenvolvimento, aumentando a probabilidade de cura dos doentes e a sua esperança e qualidade de vida”.