A investigadora Inês Gonçalves, do Instituto de Engenharia Bioquímica da Universidade do Porto, propôs a utilização de um material natural como alternativa aos antibióticos usados para eliminar uma bactéria do estômago. Em causa está a “helicobacter pylori”, bactéria que, perante uma infeção persistente, pode levar ao desenvolvimento de cancro gástrico.
O projeto de Inês Gonçalves, distinguido na 10.ª edição das “Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência”, sugere a utilização “de um biomaterial, compatível com o corpo [humano], sob a forma de micro-esferas”. Em declarações à Lusa, a investigadora explicou que, depois de administradas oralmente, “as micro esferas deverão chegar ao estômago, ligar a bactéria e removê-la pelo trato gastrointestinal”. A especialista adiantou ainda que já foi pedida patente internacional e que o passo seguinte é criar condições para fazer testes em animais e depois em humanos.
Entre os premiados estão também Joana Tavares, do Instituto de Biologia Molecular e Celular da Universidade do Porto, com um trabalho destinado a conhecer melhor os parasitas da malária, e Luísa Neves, da Rede de Química e Tecnologia (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa), com a proposta de reutilização do gás anestésico.
De acordo com o diretor geral da L´Oreal Portugal, Rodrigo Pizarro, este prémio, criado há 15 anos, já apoiou 31 jovens cientistas em Portugal, nas áreas da saúde e do ambiente. “Promover o papel das mulheres dentro da investigação para chegar a uma ciência que seja mais justa” é o grande objetivo do galardão.
