Os administradores dos Institutos Portugueses de Oncologia (IPO) de Lisboa, Porto e Coimbra lamentaram a falta de pessoal resultante das dificuldades em recrutar profissionais, num momento em que alguns pedidos aguardam resposta das Finanças há mais de 24 meses. Nos últimos dois anos, saíram do IPO do Porto 90 funcionários, cuja substituição foi solicitada pela administração, que recebeu, recentemente, autorização para uma contratação. De acordo com o administrador daquele instituto, Laranja Pontes, a situação pode agravar-se nos próximos tempos, uma vez que alguns dos atuais funcionários poderão aceitar propostas de trabalho para outros países europeus e também para o Brasil, onde o recrutamento está já a dar os primeiros passos. “Vamos perder recursos e, por isso, provavelmente as nossas instituições vão ter problemas”, alertou. De sublinhar que o IPO do Porto trata 10 mil dos 40 mil novos casos de cancro que se registam anualmente.
Na capital portuguesa, o IPO (onde anualmente são tratados oito mil novos casos de cancro) está, igualmente, a enfrentar dificuldades de recrutamento de pessoal. “Está quase a fazer um ano desde que fizemos o primeiro pedido”, revelou o administrador Francisco Ramos, segundo o qual só “graças a uma gestão parcimoniosa” tem sido possível alcançar os “bons resultados” deste instituto, que ainda assim diminuiu os índices de atividade no ano passado.
Por fim, no IPO de Coimbra, que trata, anualmente, seis mil novos casos de cancro, há duas dezenas de lugares vazios que aguardam há cerca de um ano por autorização das Finanças para a contratação de substitutos.
