Dois candidatos independentes no Grande Porto, Rui Moreira (Porto) e Guilherme Aguiar (Gaia), contestaram, esta terça-feira, o modelo definido pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) para a cobertura jornalística das autárquicas, descrevendo-o como “pouco democrático” e beneficiador de candidaturas partidárias.
“Há uma questão de direitos, liberdades e garantias. Os jornalistas, os canais de televisão e as suas audiências têm direito à informação. Este é um problema que me incomoda e preocupa, porque me parece que este é um modelo pouco democrático”, lamentou Rui Moreira, em declarações à Lusa. De referir que a lei impõe que todas as candidaturas tenham tratamento igual por parte dos órgãos de comunicação social, sendo que as três televisões de sinal aberto discordam dos termos exigidos pela CNE e planeiam seguir poucos concelhos, com a RTP a ponderar desistir do acompanhamento da campanha.
Por sua vez, o candidato independente à Câmara de Gaia Guilherme Aguiar sustentou que as condições impostas para a cobertura das autárquicas beneficiam as candidaturas partidárias e discriminam os independentes. “A mim não me surpreende, porque a CNE é nomeada pelos partidos e as leis que estão em vigor são feitas pelos partidos. Dá um jeito desgraçado às candidaturas partidárias”, referiu.
