A cidade do Porto acaba de ter mais um monumento de interesse público. A coroa recaiu, agora, sobre a Igreja da Ordem da Trindade, junto à Câmara Municipal do Porto, indica uma portaria publicada em “Diário da República”.
“A classificação da Igreja da Ordem da Trindade reflete os critérios constantes do artigo 17.º da Lei n.º 107/2001, de 08 de setembro, relativos ao caráter matricial do bem, ao seu interesse como testemunho simbólico ou religioso, ao seu valor estético, técnico e material intrínseco, à sua conceção arquitetónica e urbanística, e à sua extensão e ao que nela se reflete do ponto de vista da memória coletiva”, lê-se no documento, assinado pela secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Carvalho Ferreira.
Edificado no século XIX, segundo projeto do arquiteto Carlos Amarante, o monumento destaca-se pela sua “imponente fachada granítica e a sóbria linguagem neoclássica do exterior que se conjugam com os retábulos de talha, entre os quais se destaca o retábulo-mor, assinado por Marques da Silva e datado já de 1903”.
De acordo com a portaria, a Igreja da Trindade apresenta-se “estilisticamente coerente, exemplificando a transição entre o esplendor do barroco e o forte caráter funcional do neoclassicismo”.
Situada no centro da cidade do Porto, o conjunto arquitetónico (que inclui o edifício original do hospital adjacente) “contribuiu para definir e consolidar uma nova centralidade na vivência urbana do Porto, mais tarde reconhecida pela instalação da própria sede do município na mesma praça”, completa a portaria.
A execução do projeto original conheceu várias alterações ao longo século XIX, tendo sido a nave inaugurada em 1841. A obra da capela-mor arrancou apenas 11 anos depois e ficou concluída em 1892, depois de inaugurado o hospital.
Atualmente, a igreja e o hospital estão a ser alvo de obras de reabilitação.
