O Relatório Mundial sobre Monumentos e Sítios em Perigo, recentemente publicado pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS, na sigla em inglês), inclui três bens patrimoniais de Portugal: o Mosteiro de Alcobaça, a Paisagem Cultural de Sintra e o Centro Histórico do Porto.
O “Relatório do Património Mundial em Risco 2016-2019”, do ICOMOS, aborda a situação em 23 países, entre os quais Portugal. O documento, publicado regularmente há 20 anos, pretende chamar a atenção para os monumentos e paisagens culturais em perigo por causas naturais e humanas.
Sobre Portugal, o relatório diz que as ameaças ao Património Mundial se devem à “falta de aplicação de legislação nacional e de recomendações internacionais”, e à “falta de observação das diretrizes da Convenção do Património Mundial”.
São apontados os projetos de conversão em curso na área da restauração na estação de São Bento, na zona histórica do Porto, bem como os casos da construção de um hotel de cinco estrelas na zona da Gandarinha, em Sintra, e da instalação de um hotel de luxo no Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça.
O documento do ICOMOS salienta que a análise apresentada “não é exaustiva e é baseada em dados dos projetos arquitetónicos e observações no local”.
A organização alerta para a “necessidade de uma avaliação mais detalhada do estado de conservação dos monumentos e sítios”. “Se, a curto prazo, não forem tomadas medidas de emergência, o mesmo tipo de intervenções arbitrárias irá continuar, com um esperado aumento de efeitos negativos”, diz.
De referir que os três bens em causa estão inscritos na Lista do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
O relatório descreve casos de monumentos em perigo em países como Albânia, Alemanha, Austrália, Áustria, Bulgária, Eslovénia, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Índia, Kosovo, México, Nepal, Países Baixos, Peru, República Checa, Roménia, Turquia.
