O serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) realizou, na última semana, um procedimento de reparação da válvula mitral, sem necessidade de cirurgia cardíaca invasiva.
Trata-se de um “procedimento verdadeiramente inovador e pioneiro”, realizado pela primeira vez a nível mundial, descreveu a unidade hospitalar, em comunicado enviado às redações. O procedimento de reparação da válvula mitral, num doente com insuficiência mitral grave, foi realizado através de cateterismo e sem necessidade de cirurgia cardíaca invasiva, detalhou.
De acordo com o hospital de Gaia/Espinho, o procedimento foi “um sucesso”, tendo permitido “um avanço científico no tratamento dos doentes com esta patologia” e a “melhoria da qualidade de vida desta doente”.
“Havia um risco cirúrgico muito elevado para fazer uma cirurgia clássica «de peito aberto», pelo que a solução foi colocar um dispositivo de tratamento, chamado anel mitral, inteiramente por cateterismo, ou seja, através da perna”.
O procedimento em causa, designado de “anuloplastia completa percutânea”, envolve um dispositivo chamado AMEND, que consiste na introdução de um cateter pela virilha que depois vai até ao coração.
“Uma vez lá, é implantado um anel à volta da válvula mitral com o objetivo de aproximar os folhetos e melhorar a competência da válvula reduzindo esta insuficiência”, explica a nota divulgada pelo hospital, dando conta da boa recuperação da doente.
Ainda de acordo com o CHVNG/E, uma equipa de apoio de médicos, engenheiros e técnicos voou de Israel para “cooperar no tratamento desta doente de 78 anos”. “É um exemplo de cooperação internacional e de aposta da investigação e desenvolvimento ao serviço da saúde dos cidadãos”, completa.
