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Hospital de S. João vai ter novo Centro de Infecciologia

Hospital de S. João vai ter novo Centro de Infecciologia

A criação de um Centro de Infecciologia no Hospital de São João (HSJ) – um investimento de 2,5 milhões de euros para tratamento, investigação e formação – contará com o apoio da Associação Empresarial de Portugal (AEP), que levará a cabo uma angariação de fundos junto de empresários para garantir a verba necessária ao projeto.

Já aprovada pelo conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), a estrutura física desta Unidade de Doenças Infecciosas Emergentes ocupará uma área aproximada de 950 metros quadrados, sendo composta preferencialmente por dois pisos, segundo a agência Lusa.

Na sessão na qual foi assinado um protocolo entre a AEP, o CHUSJ e a Ordem dos Médicos (OM), o presidente da associação empresarial, Luís Miguel Ribeiro, avançou que durante 60 dias será levada a cabo uma angariação de fundos junto de empresários e uma sensibilização junto de instituições públicas para garantir a verba necessária ao projeto.

“São 2,5 milhões de euros, mas também podemos optar por construir um piso [que custaria 1,5 milhões de euros]. Os 60 dias servem para avaliarmos se temos condições ou não para avançar, mas estamos confiantes. A AEP representa os empresários a nível nacional. Há uma sensibilidade e uma responsabilidade social para que os empresários, e quem os representa, possam dar contributos à sociedade”, disse Luís Miguel Ribeiro.

Segundo explicou à Lusa o diretor de serviço de Doenças Infecciosas do HSJ, António Sarmento, o projeto original do Centro de Infecciologia contempla dez quartos de isolamento “de alto nível”, bem como quatro de cuidados intensivos e quarto com isolamento de biossegurança de nível três, ou seja, com as características de um laboratório.

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Para António Sarmento, “este projeto pode fazer a diferença. Por exemplo, se um dia aparece aqui um caso de uma pessoa vinda do Congo, em que se suspeita de um ébola, que tem uma taxa de mortalidade altíssima e uma taxa de contagiosidade superior à do coronavírus, têm de existir condições de imensa segurança”, disse António Sarmento.

O HSJ conta atualmente com nove quartos de pressão negativa, uma unidade de cuidados intensivos de seis camas com pressão negativa e 18 camas em enfermarias preparadas para colocar pressão negativa, mas o diretor de serviço sublinhou a importância de uma estrutura nova, construída de raiz num dos “dois hospitais do país de referência” para esta setor.

“Uma obra desta natureza construída em 2020 terá uma capacidade técnica muito superior a uma feita há 20 anos. Terá portas muito mais estanques, antecâmaras e inovações que não existiam há 20 anos. E esta seria uma estrutura vocacionada para investigar, formar e ajudar as autoridades nacionais a preparar o país melhor para tudo isto”, apontou António Sarmento.

O diretor de serviço considera que este projeto é “muito importante para o país todo e para a Europa”, destacando, além do aspeto do tratamento, as vertentes de formação e investigação e a necessidade de “preparar profissionais de saúde e a população para não entrarem em laxismo ou em pânico” em momentos semelhantes ao que se vive atualmente devido à pandemia da covid-19.

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