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Graffiters confiantes na abertura da Câmara do Porto à arte urbana

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Os graffiters pedem a criação de espaços onde os sprays possam ser disparados livre e legalmente e o fim da norma que os obriga a pagar para pintar na rua.

Alguns dos mais conhecidos graffiters da cidade do Porto olham com expectativa para uma eventual abertura do novo executivo da autarquia à arte urbana, defendendo que a mudança deveria começar pelo fim da norma que os obriga a pagar para pintar na rua. Os artistas Hazul, Fedor e Mr. Dheo contestam a taxa mínima de 40 euros para o licenciamento de grafitos, implementada pelo ex-autarca Rui Rio em fim de mandato, e pedem a criação de espaços onde os sprays possam ser disparados livre e legalmente. Em declarações à Lusa, confessam ter alguma esperança quanto ao novo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, que no manifesto eleitoral defende a promoção da “arte de rua efémera” através de “um regulamento adequado”. Elaborada pelo vereador da Cultura, Paulo Cunha e Silva, a proposta refere que “vão ser identificados espaços” destinados à arte urbana e que as normas servirão de “contraponto aos grafitos que têm vindo a causar graves danos e prejuízos em edifícios públicos e privados”. ”A primeira medida seria acabar com essa taxa. É uma questão de tempo. Eu acredito, há sempre aquela esperança numa pessoa nova, com outra abertura, visão e sensibilidade. Rui Moreira pareceu-me uma pessoa muito mais aberta a este tipo de intervenções. A seu tempo vamos ver se realmente as coisas mudam”, afirmou Dheo. O artista, que teve oportunidade de participar no “maior mural privado do mundo feito em graffiti”, em Abu Dhabi, utiliza a política para explicar o seu ponto de vista. “Se eu for político e quiser colocar um outdoor de 15 metros com a minha cara na rua não vou perguntar opinião a ninguém. As pessoas são obrigadas a ver, tal como são forçadas a ver as campanhas que as marcas querem que as pessoas vejam. Nesse sentido, faz-me confusão que nós, enquanto criativos, não tenhamos esses espaços para nos expressar”, argumenta.
Para Hazul, de 32 anos, pagar para pintar é “insultuoso”, sobretudo porque o faz para “tentar acrescentar valor à cidade”. O artista está “um pouco mais otimista” em relação a Rui Moreira, considerando que o novo autarca “estará mais aberto a criar condições para que os artistas tenham espaço na cidade”. “Nada vai durar sempre, mesmo que seja autorizado. Mesmo eu não gostaria que durassem sempre. A Câmara devia legalizar alguns espaços para as pessoas pintarem livremente. E, paralelamente, convidar os artistas para trabalhos em eventos ou algo que queiram de mais definitivo, e pagar por isso”, defendeu.

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