Como diz o slogan, Gondomar é D’ouro e, em breve, poderá, também, ser património cultural. A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) candidatou, no dia 19 de julho, a filigrana gondomarense à distinção mencionada, sendo que estará num período de consulta pública de 30 dias, tal como refere a publicação do Diário da República.
Na génese desta inscrição, esteve a iniciativa da Câmara Municipal de Gondomar, concelho localizado na cidade do Porto. Em Gondomar, nas suas freguesias, destacam-se, pelo menos, São Cosme, Valbom, Jovim ou Rio Tinto, como sítios em que se encontram várias oficinas relacionadas com a área. Após o término da consulta pública, a DGPC terá um período de cerca de 4 meses (120 dias), para tomar uma decisão acerca da candidatura.
A técnica da filigrana, muito emblemática na zona, parte da torção de dois fios de metal bastante finos. Os produtos feitos a partir de filigrana podem ser, por exemplo, fios ou brincos, assim como outros produtos de ourivesaria, sendo que, para além do ouro, a filigrana também costuma trabalhar a prata.
De acordo com o que se pode ler no site da DGPC, e citando a NiT, “a filigrana envolve um número alargado de indivíduos, deste e de outros ofícios, estreitando laços económicos, sociais e culturais que conferem uma identidade muito própria a esta comunidade”.
Assim, ao que consta, esta arte apenas é possível devido as “enchedeiras”, nome popular utilizado para fazer menção às mulheres que trabalham em casa o fio de filigrana, antes que o produto final esteja concluído.
No país, Gondomar destaca-se por ser o maior centro de produção de ourivesaria.
Foto: CM Gondomar