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GNR: “Efetivamente pós-modernos”

GNR: “Efetivamente pós-modernos”
A Viva aproveitou a celebração dos 35 anos de carreira dos icónicos GNR, com direito a lançamento do primeiro DVD da banda portuense, para uma viagem com “asas elétricas”, portanto. “Ninguém comparece ao meu rendez-vous”, canta Reininho num dos temas mais marcantes dos GNR, “Bellevue”. Sempre de mãos dadas com o berço, o Porto. Sempre o Porto. E, não esquecer, sempre aliados a uns “delírios” um tanto ou quanto surrealistas que fazem do repertório do Grupo Novo Rock único, eclético e inesquecível.

Os GNR formam-se oficialmente no início de 1981. Mais tarde entra Rui Reininho como vocalista. A banda, começa, assim, a explorar novas sonoridades, num caminho que os levou a fazer decididamente história na música portuguesa ao longo das seguintes três décadas. Mas atenção que (felizmente) o caminho não fica por aqui. “Por graça na capa do CD/DVD diz ‘Os primeiros 35 anos’. Uma resposta em tom de telegrama, espero que não tenha o sentido negativo que esta forma de comunicação tinha antigamente. Neste caso espero que seja uma boa notícia para as pessoas e para nós também”, começa por explicar Rui Reininho à imprensa.
“É um momento de união e de intrusão com o estimado público. Acho que era a única coisa que lhes devíamos. E então o DVD?, perguntavam. Cá está”, resume.
Em 1982 editam “Independança”. Em agosto desse ano atuam no Festival Vilar de Mouros.
Em outubro de 1984 editam o álbum “Defeitos Especiais”. “Os Homens não se querem Bonitos” é editado em julho de 1985, obtendo sucesso com os temas “Dunas” e “Sete Naves”, este último numa extraordinária interpretação. Aqui dá-se a consagração definitiva da banda, elevando-a a um nível de popularidade bastante considerável.
Em setembro de 1986 lançam um dos álbuns mais emblemáticos da sua carreira: ”Pisicopátria”. O álbum atinge o Disco de Prata graças a temas como “Efectivamente”, “Pós-Modernos” e “Bellevue”.
Em 1989, a “Valsa dos Detectives” confirmou ainda mais a popularidade do grupo com os êxitos “Impressões digitais” e “Morte ao Sol“.

afectivamenteOs anos 90 e o início do século XXI
O ano de 1992 marcou o auge da banda em termos comerciais, com “Rock in Rio Douro”. A colaboração com Javier Andreu (La Frontera) atingiu todas as expectativas possíveis e o resultado é o que vemos até hoje. Um tema que marcou (e marca) gerações. Tanto que teremos a oportunidade de assistir novamente a esta dupla no concerto deste sábado, 11 de fevereiro, no Coliseu do Porto. Com 4 discos de platina atingiram decisivamente o apogeu comercial num regresso à sonoridade rock.
Em 1994 é a vez de “Sob Escuta” com sucessos como “Mais Vale Nunca”. 1998 é o ano de dar voz ao “Mosquito” com sucessos como “Tirana”, “Saliva”, “Mosquito”.
Em 2000 ficam em “Popless”, destacando-se as suas “Asas Elétricas”.
Depois de “Do lado dos cisnes” (2002), “Retropolitana“ (2010) segue-se a mais recente “Cadeira Elétrica” (2014), este último uma espécie de “best of com originais”. “O último é sempre o melhor”, diz Rui Reininho (risos).
E é curioso, pois este mais recente trabalho é uma espécie de regresso ao início de carreira. “A atitude, acima de tudo”, explica Rui Reininho. “Fomos os três sozinhos para o estúdio. Também foi importante”, acrescenta Toli César Machado.  

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O muy aguardado DVD
35 anos de carreira marcam o lançamento do primeiro DVD com realização de André Tentúgal. “Foi o único que nos pegou”, brinca Reininho.
“O maior prazer que eu tenho tido em trabalhar com os GNR é saber que tenho uma banda já com 35 anos de carreira e, ao mesmo tempo, tão livre de ideias. Tão disponível para experimentar e arriscar e para dar espaço. Em suma, dar ‘carta branca’”, resume.
“O André também é músico. Ajuda imenso”, explica Toli César Machado.
Editado pela Indiefada, editora independente dos próprios GNR e com distribuição a cargo da Sony Music Portugal, este CD/DVD retrata um espetáculo marcante para os GNR que, perante um Campo Pequeno absolutamente esgotado, interpretaram 26 canções que já marcaram mais do que uma geração.
Pelo palco do Campo Pequeno passaram, também, convidados de referência para o percurso dos GNR como Isabel Silvestre que interpreta o tema “Pronúncia do Norte”, Javier Andreu com “Sangue Oculto” e uma participação especial em “Quero Que Tudo Vá Pró Inferno” assim como Rita Redshoes numa interpretação única de “Homens Temporariamente Sós” e no dueto “Dançar Sós” com Rui Reininho.
O alinhamento deste CD/DVD inclui, também, temas incontornáveis como “Vídeo Maria”, “Efectivamente”, “Morte ao Sol”, entre outros reconhecidos singles.
Para celebrar este marco importante da carreira dos GNR, este produto inclui um DVD extra com 12 temas do histórico concerto no Estádio de Alvalade de 1992 que esgotou com uma audiência de mais de 40.000 pessoas. Um “espetáculo inesquecível” que representa um momento único na história dos concertos ao vivo em Portugal e que está disponível nas lojas desde hoje.
A digressão GNR 35 Anos que deu origem a este CD/DVD encerra em casa, amanhã, sábado, na cidade que viu nascer os GNR.

gnr_portugal_rebeldeE agora?
É inegável que os GNR tenham deixado um importante contributo para a música portuguesa, uma nova sonoridade, arriscaria. “Acho que sim e ainda bem” especialmente no seu caso em que “muitas vezes não era muito óbvio”, revela Rui Reininho em declarações à Viva.
“Até agora fomos indestrutíveis. É preciso persistência”, reforça o vocalista da icónica banda portuense. “O tempo passa e não estaremos cá para sempre”, alerta.
De recordar que em setembro passado, os GNR lançaram a biografia oficial “GNR – Onde nem a Beladona Cresce”, da autoria de Hugo Torres e editada pela Porto Editora, onde se fez um paralelo entre o que ia acontecendo no mundo e o que a banda ia fazendo em simultâneo.
A convivência entre os membros do grupo ao fim de 35 anos é descrita como “pacífica”. “Sempre houve bastante espaço e estou muito agradecido com a vida de grupo. Era filho único, individualista. Cura-nos muita coisa, salva-nos de muita coisa. Saber que há ali um grupo é muito importante”, reforça Reininho.
Restam mais 35 anos de “asas elétricas”, sempre em modo “piloto automático”. A canção do “do not try this at home”? Reininho é sucinto. “Já prescreveu. Somos indicados para ir ao balão. Não tenho de me submeter” [a este teste] (risos).
O espetáculo deste sábado é “o mesmo do Campo Pequeno e do de Guimarães. A base é essa”, explica Toli César Machado. Mas, alerta, “há sempre qualquer coisa que muda”.

Texto: Irene Mónica Leite

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