A Assembleia-Geral da Sociedade de Reabilitação Urbana do Porto (SRU) voltou a ser inconclusiva, adianto a decisão relativa ao futuro da entidade para dezembro. Os destinos da empresa vão, assim, ficar nas mãos do novo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira. O anúncio foi feito aos jornalistas pelo autarca cessante, Rui Rio, que adiantou ter ficado sem resposta aos contactos feitos com o ministro Jorge Moreira da Silva (PSD), que agora tutela a pasta do Ordenamento do Território (antes nas mãos da ministra da Agricultura Assunção Cristas, do CDS), para solucionar o impasse em torno da empresa de capitais públicos.
De recordar que, detida em 60% pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) e em 40% pela Câmara do Porto, a SRU, que o Governo já anunciou querer abandonar, está sem as contas de 2012 aprovadas, sem presidente desde dezembro, com a administração em funções desde 2011 e sem alteração de estatutos. “Esta reunião foi igual às outras, não saíram conclusões nenhumas e voltou a ser adiada, o que considero lamentável. Compreendo a posição do IHRU, que é acionista, mas a questão não está no IHRU, está no Governo”, sublinhou Rio. De acordo com o social-democrata, na origem do novo pedido de adiamento da Assembleia-Geral esteve o facto de ainda não ser conhecido o resultado da auditoria pedida em junho pela ministra das Finanças às contas de 2012 da empresa. Além disso, o autarca acusou também o ministro Jorge Moreira da Silva de “não querer resolver” o impasse da SRU, considerando “absolutamente louco” que o Governo queira acabar com a empresa. “Tentei, junto do ministro da tutela, que agora é Moreira da Silva, falar com ele para ver se dava um passo em frente e se resolvia aqui o problema. Ele não quis, não respondeu às chamadas, portanto naturalmente não quis resolver o problema”, lamentou.