A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) está a desenvolver, em parceria com a PT, um método que permite efetuar pagamentos através do telemóvel. O serviço “ARHESP Wallet” deverá estar pronto para ser implementado já no próximo ano.
O secretário-geral da AHRESP, José Manuel Esteves, confirmou ao Económico a existência do projeto, que terá como objetivo reduzir os encargos dos restaurantes e hotéis no que diz respeito às taxas dos pagamentos eletrónicos. Segundo o responsável, os valores cobrados ao setor rondam os 85 milhões de euros anuais.
O modelo de negócio da “AHRESP Wallet” ainda não está definido, mas é certo que as taxas inerente ao novo meio de pagamento serão inferiores às percentagens atualmente cobradas pela banca e pelas entidades gestoras do serviço. Dados da associação revelam que no caso dos cartões de crédito, as taxas pagas pelos empresários da restauração e hotelaria variam entre 1,5 por cento e 2,25 por cento da fatura. Aos pagamentos com cartão de débito é taxado um montante que varia entre um e 1,6 por cento.
A AHRESP e outras associações do setor reconhecem que a crise fez disparar a quantidade de desistências, tanto voluntárias como forçadas, por parte dos comerciantes que dispõem de terminais de multibanco. Só no primeiro semestre deste ano, mais de sete mil terminais de pagamento deixaram de existir nos estabelecimentos nacionais, menos três por cento num universo que, em 2011, contava com 274 mil aparelhos.
Valores elevados
No que diz respeito aos supermercados, os valores das comissões cobradas em Portugal representam o dobro da média da zona euro. Enquanto os restantes países da moeda única pagam 0,42 por cento do total da conta, as superfícies nacionais despendem 0,8 por cento em média. A Holanda encabeça a lista de países que beneficiam de comissões mais reduzidas, com 0,12 por cento, enquanto na Polónia o valor atinge 1,7 por cento. Em Espanha, a taxa média é de 0,44 por cento.
