A primeira edição do Festival Dias da Dança (Festival DDD) desenrola-se até sábado, dia 7 de maio, e ao longo deste fim de semana e da próxima semana, oferece aos amantes desta arte uma enorme variedade de espetáculos, com artistas nacionais e internacionais, nas cidades aliadas da Frente Atlântica – Porto, Gaia e Matosinhos.
O diretor artístico do Festival DDD e do Teatro Municipal do Porto, Tiago Guedes, afirmou que “esta primeira edição é na verdade o ano zero de um festival que queremos que se repita por muitos e bons anos”.
O Festival DDD partiu da ideia da ligação que se pode construir entre as três cidades propondo uma programação que promove a deambulação entre espaços de apresentação e espaço público, num percurso sem interrupções nem sobreposições. Desta forma, os espetáculos que fazem parte do DDD vão passar por espaços como o Teatro Municipal Rivoli e do Campo Alegre, a Fundação de Serralves, o Teatro Nacional São João, o Coliseu Porto, a Mala Voadora (Porto), o Cine-Teatro Constantino Nery (Matosinhos), o Auditório Municipal de Gaia, o Armazém 22 (Gaia) e Balleteatro (que é o responsável pelos espetáculos que vão ocorrer em espaço público). 
A diferença entre gerações de artistas é uma das grandes particularidades desta festa da dança, que junta as novas criações de artistas como Raimund Hoghe (Alemanha), Ambra Senatore (Itália/França), João Fiadeiro ou Vera Mantero (nomes marcantes da dança contemporânea no nosso país), às performances de novos artistas locais e nacionais.
Em torno dos dois fins de semana em que ocorre o festival, serão apresentadas sete novas criações, nacional e internacionalmente.
O Festival DDD está dividido em três grandes partes. Os espetáculos programados são uma delas. Mas há também o eixo “Corpo+Cidade”, que aposta na intensa programação destinada para os espaços públicos, onde em vários jardins, praças e estações de metro se poderão ver propostas coreográficas à responsabilidade do Balleteatro, e que vão tentar surpreender a população.
O DDD Extra é também uma das ofertas do festival. Um conjunto de atividades complementares aos espetáculos que pretende proporcionar aos diferentes públicos, mas em particular à comunidade estudantil, uma relação mais direta com os coreógrafos. E, ainda, uma programação de encontros variados à volta de temáticas artísticas decorrentes dos espetáculos, livros ou arquivo fará com que a reflexão, o questionamento, a produção de conhecimento e a partilha de informação seja uma constante durante todo o festival.
Espetáculos que se diferenciam
Esta sexta-feira, destaque para as estreias de Dinis Machado, com “Paradigma”, no Cine-Teatro Constantino Nery, pelas 18h30, e de Bruno Senune, com “Kid as King”, na Mala Voadora, também às 18h30. Estes dois espetáculo voltam ao palco no sábado, pelas 15h.
Já às 22h, no Auditório de Gaia, haverá o espetáculo de Miguel Pereira com o Ballet Contemporâneo do Norte.
O maior destaque deste primeiro fim de semana vai para a estreia em solo português de varias peças estrangeiras, como “Aringa Rossa” de Ambra Senatore que sobe ao palco do Teatro Rivoli, este sábado, pelas 21h30.
Aimar Pérez Galí, que já percorreu as escolas artísticas na quarta-feira, traz “Sudando el Discurso: Una Critica Encuerpada”, este sábado, também ao Rivoli, pelas 18h. A peça do espanhol Pérez Galí propõe “uma nova abordagem, que o discurso físico e intelectual se encontrem numa mesma pessoa: o intérprete, em movimentos encorpados e suados”.
No domingo, é a vez da portuguesa Vera Mantero estrear “Os Serrenhos do Caldeirão – Exercícios em Antropologia Ficcional” na Fundação Serralves. Criada no âmbito do Encontros do Devir 2012, a peça tem início às 18h30 e retrata “a desertificação e desumanização” da serra algarvia do Caldeirão.
Este sábado, e integrado no “Corpo+Cidade”, a praça D. João I, assiste à performance “Bring your chair to the square”, que convida os mais curiosos a trazer uma cadeira de casa para assistir (e participar) no espetáculo. O programa vai passar por locais como os jardins das Virtudes ou do Morro “com inusitadas propostas coreográficas construídas à escala dos espaços”. Todos os espetáculos em espaços públicos têm acesso livre. 
Na segunda-feira, dia 2, no Rivoli, pelas 16h, há espaço para uma mostra cinematográfica sobre o movimento artístico que surgiu na Europa no início do século XX – o expressionismo. Esta montagem, feita pela Cinemathèque de La Danse de Paris / Centre National de La Danse, procura mostrar documentários que conectam a dança com imagens, artes plásticas e cinema expressionistas.
A estreia de “Tal-Dew” (Israel), de Eldad Ben Sasson com a companhia Kale é também um dos destques deste DDD. O espetáculo passa na sexta-feira, dia 6, no Armazém 22, pelas 18h30.
O espetáculo de Raimund Hoghe, “Songs For Takashi”, com o bailarino japonês Takashi Ueno é o que vai marcar o encerramento do festival. Nesta estreia nacional, o produtor alemão pretende colocar o bailarino em contacto com a música da Idade Média e do Renascimento. O espetáculo está marcado para o Grande Auditório do Rivoli, às 21h30 de sábado, dia 7 de maio.
A apresentação de FM [featuring mortuum], de Cristina Planas Leitão, e de “Jaguar e De Marfim e Carne – As Estátuas Também Sofrem”, de Marlene Monteiro Freitas, espetáculos já estreados, prometem valer a pena uma revisita.
Os preços para os espetáculos estão entre os 5 e os 10 euros. A programação completa pode ser consultada em http://festivalddd.com/pt/programme/.
Texto: Raquel Andrade Bastos
