A Festa de Poesia de Matosinhos, que decorre desde 2005, volta nos dias 7, 8 e 9 de dezembro à Biblioteca Municipal Florbela Espanca com leituras públicas, lengalengas, trava-línguas e poemas pelas ruas da cidade
A iniciativa, organizada pela autarquia local, é já uma referência nacional e nasceu como forma de homenagear a poeta portuguesa Florbela Espanca. Para Fernando Rocha, vereador da Cultura de Matosinhos, “a Festa da Poesia transformou-se numa referência nacional, sobretudo pelo duplo caráter que tem, homenageando Florbela Espanca e, ao mesmo tempo, celebrando a vitalidade da palavra escrita e dita.”
Este ano, o evento tem várias novidades, e entre estas está o “Trava-lengas”, que o rapper Mundo Segundo levará até as escolas do concelho, num encontro entre as lengalengas e os trava-línguas.
A edição deste ano inclui, também, e pelo segundo ano consecutivo, a pintura de poemas pelas ruas da cidade que, segundo o vereador da Cultura, é “uma forma de confrontar o quotidiano dos matosinhenses como uma possibilidade de poesia” e “uma espécie de encontro imediato com a epifania possível das palavras”.
Haverá ainda, ao longo desta iniciativa, as habituais leituras públicas e conversas sobre a vida e a obra de poetas contemporâneos como Manuel Alegre e Nuno Júdice. Maria Rosário Pereira e Manuel Alberto Valente também vão trocar juras de amor ao som dos “Poemas Que te Direi”.
“Poesia no Quarto Escuro” volta também à Biblioteca Municipal de Matosinhos com a declamação de poemas por parte de Alexandra Gonçalves, Miguel Guedes, Jaime Rocha e Sónia Balacó.
Este ano, e num evento que está orçado em cerca de 20 mil euros, a autarquia de Matosinhos vai ainda lançar “Naquela Língua”, uma antologia da nova poesia brasileira coordenada por Francisco José Viegas, e que tem como missão espalhar a palavra e a língua portuguesa pelo mundo.
O Teatro Municipal Constantino Nery vai prolongar, este ano, a Festa por mais um dia – até dia 9 – com a apresentação do espetáculo “Portugal dos Poetas”, recitalde poesia pela artista Natália Luzia, que dará voz a poemas de Al Berto, Ruy Belo, Sophia de Mello Breyner, Fernando Pessoa ou Alexandre O’Neill.
Na última edição desta festa, em 2015, assistiu-se a uma grande adesão por parte do público, causando “enchentes” na biblioteca, e, este ano, Fernando Rocha espera não só este número de pessoas, como também “o apelo da poesia possa ser sentido pelas pessoas anónimas, enquanto andam pelas ruas da cidade”.
Iniciado em 2005, esta festa abriu com nomes como Manuel António Pina, Ana Luisa Amaral e Sérgio Godinho (num memorável concerto no Salão Nobre da câmara Municipal de Matosinhos). A poesia teve ainda como intérpretes Camila Valle Miranda e Claude Guerre.
