Cerca de meia centena de jovens, provenientes de 13 países da Europa, começaram quinta-feira, no Porto, um encontro que visa debater o problema dos refugiados na Europa.
O Fórum para Estudantes Europeus de Jornalismo (FEJS), que termina domingo, congrega recém-licenciados em jornalismo, estudantes da área ou (apenas) apaixonados por este mundo vieram para debaterem, com pessoas de diferentes culturas, temas actuais e preponderantes para o futuro de um continente que atravessa uma época cinzenta.
Os participantes vêm, desde a vizinha Espanha até à Alemanha, Bélgica, Croácia, Inglaterra, Letónia ou até à Turquia têm o objectivo de partirem depois destes quatro dias com uma maior bagagem.
Ao longo do encontro, o debate e as conversas estarão à volta do tema “Os Refugiados na Europa”, com os jovens participantes a iniciarem uma reflexão, e a apresentar e partilhar as suas opiniões.
Para além de trabalhos de grupo, jantares e visitas pela cidade Invicta, os jovens do mundo jornalístico terão amanhã o principal dia do encontro, com três palestras diferentes.
A primeira conversa terá o nome de “Entre refúgios, esta vida por um fio”, de seguida será a vez da temática “Proteção Internacional em Portugal: o papel do Conselho Português para os refugiados” e, por último, a “Crise dos refugiados da Europa (2015): Media, Persuasão e Semiótica” irá para cima da mesa.
As palestras sobre o tema que envolve este Fórum serão dadas pela jornalista, Vanessa Rodrigues, por Claúdia Pedrosa, do Conselho Português para os Refugiados e, ainda pelo professor doutor Jorge Marinho, respetivamente.
“Amanhã será o dia mais emocionante”, afirma Mafalda Miranda, jovem que pertence à organização desta Assembleia Geral do FEJS no Porto.
Mafalda Miranda esteve pela primeira vez no FEJS há dois anos, na cidade de Koln, na Alemanha. Hoje está na linha da frente desta Assembleia Geral na cidade.
Para a estudante do curso de Ciências da Comunicação da Faculdade de Letras da Universidade do Porto os jovens procuram, nestes encontros, conhecer outras realidades do jornalismo, partilhar conhecimentos, debater questões internacionais e perceber como é que os media de diferentes países tratam esses temas.
“Também surge nestes momentos a oportunidade de criarem [os participantes] contactos e começarem a trabalhar noutros países”, afirma a jovem.
No Fórum a discussão sobre os refugiados, situação que o mundo, tanto político como a nível social, tem nas mãos, encaminhará para assuntos de entendimento sobre a legislação europeia, do asilo e das finanças aqui envolvidas.
O intuito desta atividade, que ocorre duas vezes por ano, uma na primavera e outra no Outono, é aproximar as visões do jornalismo de diferente países e de partilha de opiniões. Para Mafalda é sobretudo uma contribuição para a quebra de barreiras no campo jornalístico, “não digo tentar-se criar uma forma europeia de jornalismo, mas tornar esta arte mais transparente. E perceber-se que os obstáculos só prejudicam o jornalismo no seu estado democrático”.
O FEJS foi criado por dois amigos e estudantes de jornalismo em 1985. Um ano depois dava-se o primeiro encontro internacional da organização, perto da cidade holandesa de Utrecht, e que juntou cerca de 60 jovens de oito nacionalidades. Portugal foi já por três vezes palco destes eventos.
Texto: Raquel Andrade Bastos
