Até 4 de março prossegue mais uma edição do Festival Internacional de Cinema do Porto – Fantasporto, sob o tema “Grande Cinema do Mundo”. Como já é habitual, será um festival de descoberta com filmes inéditos, vindos de todo o mundo.
No evento deste ano, o público pode contar com duas sessões de abertura. A oficial, que decorreu esta terça-feira, 20 de fevereiro, com o filme “Marrowbone”, e a das secções competitivas, esta sexta-feira, 23 de fevereiro, com a superprodução russa baseada no clássico de Leon Tolstoi – “Anna Karenina: Vronskys Story”, de Karen Shaknazarov.
O encerramento está marcado para 3 de março, com o filme representante da Bélgica aos Óscares, “Le Fidéle” (Fidelidade sem limites), ficando o dia 4 para exibição dos filmes premiados.
Refira-se que grande parte das películas selecionadas pertence sobretudo a duas categorias: ou são vencedores de prémios em importantes certames internacionais ou são exibidos em antestreia europeia, internacional e mundial.
Na conferência de imprensa de apresentação do evento, Mário Dorminsky salientou o aumento do número de inscrições para 609 e dos países representados para 60, o que evidencia “um crescimento brutal” do reconhecimento internacional do Fantasporto, garantiu. 
“Vamos continuar a pregar sustos e a causar pesadelos”, referiu o diretor, aludindo à génese do festival conotado com o fantástico e o terror. Nesse sentido, Beatriz Pacheco Pereira prometeu que a edição comemorativa dos 38 anos do Fantasporto – apoiada pela Câmara do Porto, segundo decisão unânime tomada pelo executivo municipal, além do Instituto do Cinema e do Audiovisual – aposta em “fazer viver o cinema” a quantos passarem pelo Rivoli até 4 de março.
Esta edição do Fantas adivinha as habituais quatro secções competitivas (Cinema Fantástico, Semana dos Realizadores, Orient Express e Cinema Português).
O Fantas 2018 homenageia Lauro António com a atribuição de um dos Prémios de Carreira Fantasporto.
Mas as novidades não terminam por aqui. Há ainda a realização de um grande debate com personalidades de nível mundial sobre a Bioética, disciplina que, ligada à ficção Científica, dá o mote ao Fórum Fantasporto 2018.
O festival soma um total de cerca de 100 filmes selecionados de entre 600 representantes de 59 países, assinados por grandes nomes do cinema, por desconhecidos em Portugal e por outros que o festival já foi dando a conhecer ao longo dos anos.
O Fantasporto vai também apresentar três antestreias mundiais de filmes portugueses, com a apresentação de “Uma Vida Sublime”, de Luís Diogo (25 de fevereiro, 19h), “Doutores Palhaços”, de Bernardo Lopes e Helder Faria (3 de março, 15h30), e “Aparição”, de Fernando Vendrell, a partir do romance com o mesmo nome de Vergílio Ferreira (1 de março, 19h).
Programação:
Séries da Globo vão ser exibidas no Fantasporto
As séries da Globo ‘Vade Retro’ e ‘Carcereiros’ foram selecionadas para esta 38ª edição do Fantasporto.
Vencedora do MIP Drama Screenings, do MIPTV 2017, ‘Carcereiros’ apresenta os dilemas e conflitos vividos por agentes penitenciários através do olhar de um carcereiro, interpretado pelo ator Rodrigo Lombardi.
Já ‘Vade Retro’ é uma comédia de suspense sobre o Bem contra o Mal, e tem como protagonista o consagrado ator Tony Ramos. A série, uma coprodução da Globo com a O2 Filmes, conta com o texto ágil e ácido de Alexandre Machado e Fernanda Young, a direção artística de Mauro Mendonça Filho e a direção de André Felipe Binder e Rodrigo Meirelles.
Refira-se que a Globo tem marcado presença em festivais de cinema e produções audiovisuais à volta do mundo. Produções foram exibidas em eventos como a Berlinale (Alemanha), o Toronto International Film Festival (Canadá), o Festival Internacional de Cine de Punta del Este (Uruguai), e o Series Mania (França). No ano passado, o Fantasporto exibiu as séries ‘Dupla Identidade’, ‘Amorteamo’ e ‘Supermax’.
Filme “Doutores Palhaços” de Bernardo Lopes e Hélder Faria em competição no Fantasporto
“Doutores Palhaços” é um dos três filmes em antestreia mundial e que estará em competição com outros candidatos ao Prémio do Cinema Português. A película retrata o trabalho da Operação Nariz Vermelho (ONV), fazendo uma viagem ao seu percurso de missão, desde a sua fundação, em 2002, até aos dias de hoje. A exibição tem lugar a 3 de março, entre as 15h30 e as 17h, e terá como palco o Teatro Municipal Rivoli.
Com a realização de Bernardo Lopes e Hélder Faria, autores do argumento juntamente com João Fonseca, “Doutores Palhaços” conta com a produção da Força Maior e dá conhecer a importância destes artistas profissionais no contexto hospitalar. “Onde o sofrimento impera, os Doutores especialistas em Sorrisos, avivam a esperança e aliviam a dor aos pacientes, familiares e ao corpo clínico dos hospitais. Quisemos acompanhar estes profissionais da arte de fazer sorrir numa busca interior: trazer felicidade a quem mais precisa”, destacam os realizadores.
“Doutores Palhaços” percorre uma linha temporal, que começa no ano de fundação da Operação Nariz Vermelho. É neste período, no qual a ONV se impôs enquanto instituição de referência do trabalho artístico nos hospitais, que se concentra o argumento, havendo também alusão a outras instituições que a nível internacional efetuam o mesmo tipo de trabalho solidário.
Para a diretora de comunicação da ONV, Magda Morbey Ferro, a essência deste documentário está no papel que exerce um Doutor Palhaço no momento em que visita uma criança hospitalizada, que para a responsável “requere várias ferramentas, tais como saber improvisar, tornar o ridículo aceitável, trabalhar com nada e também saber desconstruir a realidade. Quando um palhaço entra num hospital é algo tão inesperado que, desde logo, transporta as pessoas para um espaço mágico, onde tudo é possível. O documentário reproduz fidedignamente essa realidade”, acrescenta.
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