Numa altura em que a saúde mental é, cada vez mais, um tópico em destaque, o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) testou um atividade assistida por animais, através da cadela Lola, com o objetivo de combater o “stress imediato” dos estudantes universitários, bem como a ansiedade e o burnout.
De acordo com o testemunho de Isabel Lourinha, psicóloga em Clínica e Saúde e coordenadora do Gabinete de Apoio ao Estudante do ICBAS, “o que aconteceu foi uma atividade assistida pela cadela [Lola], em que o objetivo terapêutico é a redução do stress imediato”, que é provocado, por exemplo, pela sensação de solidão que se abate sobre muitos dos estudantes (via Porto Canal).
Posto isto, sobre o que é que se trata esta sessão assistida, ao certo? Ora bem, tudo começa “com os alunos sentados em pufes pretos e a estrutura no início é que a cadela Lola se vá ambientando aos estudantes através do olfato, cheirando-os e pedindo festinhas”, tal como cita o Porto Canal.
Depois de algum trabalho desenvolvido pelos estudantes, acontece a fase do “efeito espelho”, em que Lola “vai refletir o estado de ânimo do aluno, porque a forma como o estudante se comporta com ela também tem implicação no comportamento da cadela”, de acordo com a mesma fonte de informação.
Ao que refere Isabel Lourinha, a tendência, em contexto universitário, é verificar, cada vez mais, casos de estudantes que enfrentam problemas como a ansiedade ou o burnout, que resulta de um profundo desgaste a nível cognitivo.
Numa iniciativa que marca pela diferença, a psicóloga salienta, ainda, a forma unitária com que o ICBAS olha para a saúde, numa espécie de simbiose entre o ser humano, a natureza e os animais. No seu entender, “se uma parte for afetada, todas as outras estão afetadas. E a covid-19 mostrou exatamente isso” (via Porto Canal).
Trata-se de uma ideia que é positiva, não só aos olhos de quem a estimula, mas também aos olhos de quem usufrui dela. É precisamente esse o caso de Mercedes Fernandes, aluna de Medicina no ICBAS, que reconhece a grande exigência do curso em que é estudante, enaltecendo as potencialidades desta ligação com Lola.
Para a estudante, “o curso em si é bastante exigente e causa muito stress em qualquer contexto”, sendo que, “esta atividade com a Lola, pelo menos para quem gosta de animais e não tem medo, acho que permite combater essa parte”.
Ainda assim, há uma questão que se coloca: o que é tão especial na cadela Lola? Desde já, começamos por apresentá-la. Lola tem um ano e meio e apresenta o pelo escuro (preto com manchas castanhas). Para além disso, fez uma formação intensiva, para atuar no combate a problemas de saúde mental como a ansiedade e o burnout, ao que, de acordo com os responsáveis pela iniciativa, tem estado à altura da tarefa.
Em fase embrionária do projeto, o ICBAS vai testar, em novembro, época de grande trabalho para os estudantes universitários, uma “experiência piloto”, em que Lola vai ser uma das participantes.
Foto via Porto Canal
