Após ter ganho o “Student Payload NanoLab Competition”, a experiência científica da equipa MiFiRE (“Microgravity Fine Regolith Experiment”), composta maioritariamente por estudantes da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, voou num foguetão da empresa privada de austronáutica Blue Origin, fundada por Jeff Bezos, criador da Amazon.
Há cerca de uma semana, o foguetão New Shepard arrancou da base de Corn Ranch, no Texas, Estados Unidos da América. “A bordo do NS24, juntamente com mais 32, seguiu a experiência portuguesa, que pretende compreender como se formam os corpos rochosos, como asteroides e planetas, no nosso sistema solar”, lê-se no portal de notícias da Universidade do Porto.
Esta experiência já teve data de lançamento em 2021, mas foi adiada. No dia 12 de setembro de 2022 foi lançada para o espaço, na missão não-tripulada NS-23, o foguetão explodiu, mas a carga não sofreu danos e a cápsula regressou à Terra, em segurança. “À terceira foi mesmo de vez e a equipa do MiFiRE viu o seu ‘pedaço’ de lua descolar e aterrar com sucesso”, acrescenta.
O objetivo da equipa MiFiRE é, graças ao material de estudo recolhido na viagem, analisar “como é que as partículas se deslocam e se existe algum padrão”, sendo que “o tipo de microgravidade (gravidade zero) que se encontra nestes voos suborbitais (com uma altitude superior a 100 km acima do nível do mar) constitui um dos modos ideais para se testar este tipo de experiências”.
Rui Moura, investigador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto, e da Universidade de Aveiro, afirmou ao jornal Público, segundo a mesma fonte, que tem esperança que esta experiência ajude a “abrir as portas para mais experiências científicas portuguesas” possam “voar nestas plataformas de microgravidade suborbitais”.
Fotografia: Blue Origin