A poluição atmosférica, especialmente pelo ozono, está a aumentar devido às alterações climáticas e pode acelerar doenças pulmonares tanto quanto fumar um maço de cigarros por dia, indica um estudo, realizado pelas universidades norte americanas de Washington, Colúmbia e Buffalo, que foi publicado, na terça-feira, na revista científica da Associação Médica Americana (JAMA-The Journal of the American Medical Association).
Embora outras investigações tenham já evidenciado uma relação direta entre os poluentes no ar e algumas doenças pulmonares e cardíacas, o estudo em causa demonstra a “associação entre uma exposição prolongada aos principais poluentes atmosféricos, especialmente o ozono, e o aumento do enfisema”, indica a Agência Lusa, de acordo com informação avançada no site do Notícias ao Minuto.
De referir que “o enfisema pulmonar é a destruição do tecido pulmonar, que causa tosse e falta de ar e leva à redução do oxigénio no sangue, o que dificulta a respiração e aumenta o risco de morte”, lê-se, ainda, na nota divulgada.
Joel Kaufman, professor de Ciências Ambientais e Saúde Ocupacional da Universidade de Washington, e um dos principais autores do estudo, sublinhou a surpresa dos investigadores ao verem, nos exames aos pulmões, “como foi forte o impacto da poluição atmosférica na progressão do enfisema, ao mesmo nível dos efeitos do tabagismo, o qual é de longe a causa mais conhecida de enfisema”.
Significa isto, e como concluiu a investigação, que se o nível do ozono no ambiente “aumentar muito em relação ao que se passava há uma década”, terá efeitos “no enfisema idênticos a fumar um maço de cigarros por dia”.
De referir que estes resultados são baseados numa investigação de 18 anos, que envolveu mais de 7 mil pessoas e um exame detalhado da poluição do ar, em seis regiões metropolitanas dos Estados Unidos da América, entre 2000 e 2018.