Um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), publicado na última edição da revista Environmental International, concluiu que as crianças que “estão mais expostas a espaços verdes apresentam melhores níveis de marcadores biológicos (indicadores que ajudam a prever o risco de um indivíduo desenvolver doença no futuro) do que aquelas que têm um menor contacto com estes espaços”.
Segundo a Universidade do Porto, os investigadores “analisaram o impacto da exposição a áreas verdes” em cerca de 3.100 crianças, com 7 anos, da Área Metropolitana do Porto, pertencentes ao estudo longitudinal Geração XXI, que, desde 2005, segue 8.600 crianças, e concluíram que “as crianças com menor exposição a áreas verdes apresentavam piores níveis nos biomarcadores analisados”, a saber: “pressão arterial sistólica e diastólica (indicadores de saúde cardiovascular), relação cintura/anca, hemoglobina glicada, colesterol HDL e total (indicadores de saúde metabólica) e proteína C-reativa (indicador inflamatório)”.
Assim, de acordo com Ana Isabel Ribeiro, primeira autora do artigo, coordenado por Henrique Barros, verificou-se que “as crianças que dispunham de pelo menos um espaço verde, localizado a uma distância de 400 a 800 metros da escola, apresentaram melhores níveis de diversos biomarcadores, particularmente os cardiovasculares e inflamatórios”. E, por isso, entende ser “fundamental que os governantes e planeadores locais assegurem que a população dispõe de áreas verdes, como parques e jardins, a uma distância razoável dos seus locais de residência e dos parques escolares”.
Intitulado “Association between neighbourhood green space and biological markers inschool-aged children. Findings from the Generation XXI birth cohort”, o estudo, desenvolvido por investigadores da Unidade de Investigação em Epidemiologia (EPIUnit) do ISPUP, é também assinado pelas investigadoras Carla Tavares e Alexandra Guttentag. Foi desenvolvido no âmbito do projeto EXALAR 21, que estudaa a relação entre o ambiente urbano e a saúde infantil.