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Estudo revela que cães podem servir de alerta para cancro humano

Estudo revela que cães podem servir de alerta para cancro humano

Os animais de companhia, nomeadamente os cães, podem servir como um alerta para o aparecimento de doenças oncológicas no ser humano, uma vez que partilham com a espécie humana a mesma exposição ambiental, revela um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS).

Desenvolvido desde 2013, no âmbito de uma bolsa de doutoramento, o estudo teve como objetivo avaliar a relação do linfoma não-Hodgkin (cancro que começa nos linfócitos, células que fazem parte do sistema imunitário) nos humanos e nos caninos da área do Grande Porto, explicou à agência Lusa Katia Pinello, investigadora do Departamento de Saúde Pública Veterinária do ISPUP.

“Este estudo evidencia que onde há o cancro humano, também há o similar cancro canino, ou seja, eles têm uma correlação espacial, que pode evidenciar um fator de exposição ambiental”, explicou Katia Pinello, citada pelo Notícias ao Minuto.

“Sabemos que 70% dos cancros são provocados por fatores ambientais. O nosso estudo comprova que há uma correlação e que pode existir um fator externo tanto no cão, como no homem. Mas, são necessários estudos de causalidade”, salientou a investigadora.

Intitulado”Incidence, characteristics and geographical distributions of canine and human non-Hodgkin’s lymphoma in the Porto region”, o estudo reuniu informações sobre 1242 humanos e 504 cães, e concluiu que o Porto, Matosinhos e a Maia são as zonas que apresentam mais casos.

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Para além de mostrar a correlação espacial, o estudo, que avaliou as características e semelhanças epidemiológicas, destaca ainda a incidência do linfoma não-Hodgkin nos homens e machos, contrariamente ao que acontece entre as mulheres e fêmeas.

“Tal como nos humanos a maior prevalência dos linfomas é nos homens, isso também se sucedeu nos cães. Já nas mulheres, o linfoma aparece tardiamente. Em contrapartida, nas cadelas aparece mais cedo, quando ainda são jovens. É uma diferença interessante, que recai provavelmente pela prática da esterilização”, afirmou Katia Pinello.

Para Katia Pinello, o estudo realça assim a importância do conceito ‘One Health’ (uma saúde, na tradução para português).

“O estudo é uma chamada de atenção e queremos inseri-lo no âmbito do quadro do ‘One Health’, porque queremos tratar a saúde humana, animal e ambiental como apenas uma, na medida em que está tudo interligado”, disse.

Katia Pinello pretende agora “aumentar a colheita de dados” veterinários, de modo a conseguir fazer “uma rede de observação” para outras neoplasias e doenças.

“Esta rede vai permitir monitorizar e alargar os estudos, e perceber também se em outras doenças existe esta correlação, para assim podermos criar sistemas de alerta”, acrescentou a investigadora.

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