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Os (estranhos) hábitos da Idade Média

Os (estranhos) hábitos da Idade Média

Numa altura em que, mais do que nunca, a alimentação é um tema preponderante na sociedade portuguesa, seja pela crescente preocupação com os cuidados de saúde, por questões dietéticas ou mesmo interesse em conhecer melhor a origem dos produtos que, diariamente, chegam à nossa mesa, a VIVA! viaja no tempo e fala-lhe um pouco daqueles que, dizem os especialistas, eram os hábitos alimentares, muitos deles estranhos, da Idade Média.

Afinal, como era viver nessa época? Quais eram, na verdade, as suas tradições e costumes? É, precisamente, isso que vamos descobrir…

De uma forma geral, podemos, desde já, confirmar que, efetivamente, a alimentação era pobre, comparada com os tempos modernos, e que advinha, em grande maioria, da terra e dos produtos cultivados. O javali, o veado e o porco assados no espeto eram um dos produtos mais consumidos na Idade Média. Segundo o portal TudoPorEmail, a torta de umbigo – composta pelas vísceras, o coração, o fígado, a bexiga, os rins e as tripas de um animal silvestre, como um esquilo ou um corvo – seria mesmo o prato mais popular na altura.

Igualmente apreciada era a “sopa de toninha”, as enguias e, ao que parece, também os gatos. “Um gato gordo podia ser decapitado, depois esfolado e enterrado por um dia. Daí era desenterrado e assado na fogueira”, conta a mesma publicação, referindo que o mesmo era feito com os cisnes, aos quais, ao contrário dos gatos, não era tirado o pelo.

A alimentação dos europeus durante a Idade Média terá sido “um retrato de diversas culturas e variava um pouco de região para região”.

De acordo com um estudo realizado pelo investigador Koen Deforce, e publicado na revista científica Quaternary International, parece que o pólen era também uma das coisas que homens e mulheres mais consumiam nessa altura.

Segundo informações avançadas pelo Observador, aquando da publicação do estudo, esta conclusão só foi possível devido “aos restos de pólen encontrados nas fezes fossilizadas (coprólitos) do período entre os anos de 1100 e 1700”, descobertos em fossas, latrinas e antigos sanitários de antigos castelos localizados na atual Bélgica.

“Os resultados foram obtidos graças ao facto de o pólen ter uma única camada exterior que permite a sua passagem através do trato digestivo sem ser danificado”, explicou.

Durante a Idade Média, a alimentação era composta, sobretudo, por legumes, grãos e alimentos semelhantes, sendo que o investigador conseguiu descobrir que na região onde atualmente fica a Bélgica, a dieta incluía vegetais de folhas verdes, como a acelga e o espinafre, flores em vinagre, alcaparras, ervas e especiarias e folhas de beterraba, salienta a publicação.

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Apenas os mais ricos, note-se, tinham capacidade financeira para consumir com frequência carne e peixe.

A higiene

As condições de vida da população na Idade Média eram bastante precárias, pelo que as condições de higiene era algo que estavam muito longe de estarem totalmente asseguradas. Uma simples ida à casa de banho, por exemplo, poderia revelar-se um verdadeiro desafio, uma vez que, note-se, não estávamos no tempo em que existiam sanitas com descarga ou papel higiênico à mão. A solução era simplesmente improvisar… com o que tivesse à mão, no rio, com água corrente, numa casa comum, entre outras opções.

De acordo com o portal TudoPorE-mail, os antigos gregos limpavam-se com uma pedra. Os romanos, por sua vez, utilizavam já uma esponja na ponta de uma vara que, em banheiros públicos, feitos sob um banco comprido, era utilizada por várias pessoas. A maior parte dos banheiros tinha vários buracos, lado a lado, de forma a que os utilizadores pudessem ir conversando.

A esponja seria depois passada por água, de forma a estar disponível para o próximo utilizador.

Em várias casas existiria também o chamado “penico”, que era guardado no quarto, num local relativamente próximo da cama. “Depois de cheio, seria despejado do lado de fora ou esvaziado diretamente na fossa. Em certos locais, o conteúdo podia simplesmente ser deitado fora pela janela ou pela porta”, lê-se na informação divulgada, que alerta que, naquele período, era prudente “olhar para cima” durante a passagem por um castelo. “Havia uma estrutura nas paredes, uma espécie de cabine, que ficava suspensa sobre um fosso. A vista de cima era proporcionada pelo buraco no acento, geralmente de pedra ou de madeira”.

Os mais abastados teriam, por sua vez, oportunidade de utilizar aquilo que se designava por “cômoda”, isto é, “uma caixa de madeira com assento e uma tampa, que cobria uma vasilha de porcelana ou de cobre lá dentro para coletar os resíduos”. Algumas delas eram, até, acolchoadas ou cobertas com veludo.

A primeira possibilidade de descarga terá sido inventada em 1596 –  uma “cisterna elevada e um pequeno cano pelo qual a água corria para descarregar os dejetos” -, contudo apenas em 1860, com Thomas Crapper, se terá começado a abrir caminho para o desenvolvimento do projeto das descargas.

Mais tarde, começaram a ser implementados os sistemas de esgoto, que ajudaram a reduzir significativamente as doenças existentes na época. A pouco e pouco, o papel higiénico começou também a ser comercializado… e tudo foi, felizmente, evoluindo!

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